segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eu sou cruel com todos!

Depois de semanas reassistindo os 22 episódios da primeira temporada da série americana Glee para garimpar algumas das pérolas de Sue Sylvester, percebi que tenho muito em comum com a personagem. Eu e ela temos formas muito semelhantes de vermos as coisas, encararmos o mundo, de lidarmos com as pessoas. A personagem é um tipo de vilã, professora de educação física e preparadora física das líderes de torcida da McKinley High School. Ácida, de humor negro, desonesta, inescrupulosa, cínica, dissimulada, politicamente incorreta e deliciosamente má, mesmo quando faz uma bondade, assim é Sue Sylvester.


Já perdi as contas de quantas vezes me chamaram de cruel. Até minha mãe já o fez. E quando mãe diz é por que é verdade mesmo. Aliás, cruel é só um dos adjetivos “ruins” que já usaram para se referir a mim. Já me chamaram também de mau, egoísta, rancoroso, cínico, dissimulado... são tantos que já nem lembro, mas eu adoro, sobretudo quando se referem a mim como venenoso. A-DO-RO!

Eu faço questão de menosprezar quem não gosto, adoro mais ainda publicizar isso. Piadas de humor negro? São as únicas que conheço e que acho graça de verdade. Eu ri assistindo ‘O exorcismo de Emily Rose’. Vingança? Passo dias planejando a forma mais dolorosa de praticá-la. Sinto espasmos de prazer inexplicáveis ao saber que alguém sente raiva de mim. Isso me dá mais e mais vontade de ir lá e provocar.

Costumo também manipular as pessoas. Nunca as que gosto, mas as que preciso para concretizar minhas maldades infantis. Lembro ainda hoje do dia em que fiz minha mãe dar boas palmadas em minha irmã. Não lembro o que ela me negou, mas sei o que fiz em seguida. Baguncei toda a casa. Nossa! Ficou tudo tão imundo. Quando minha mãe chegou fiz a melhor cara angelical que pude e joguei a culpa em minha irmã. Eu tinha então 9 anos e minha irmã 4. E não, não tenho remorso.

Também adoro o uso da ironia, do sarcasmo, da brutalidade, do poder atroz da sinceridade. Seja meu amigo ou desafeto, lanço mão desses atributos. A dosagem vai depender do quanto gosto ou não da pessoa. Eu planejo cada maldade como quem cuida de um filho. Depois, adoro fazer cara de ‘não sei o que está acontecendo, mas posso ajudar?’.

Mas não sou um suicida. Faço tudo o que faço de forma a não ser descoberto. Quando deixo rastros é por quero que saibam que eu fui o autor da artimanha. E também não faço o que faço pelo simples prazer de descontar nos outros alguma possível frustração. Calma, sou cruel, mas sou humano.

Sei que sou ácido, intransigente e arrogante. Sei que meus métodos são extremos, mas os resultados os justificam. O que eu faço, no fim das contas, é tirar as pessoas da sua zona do conforto. Eu digo para elas mudarem e saírem de suas caixas, mesmo que essa caixa seja seu único espaço de segurança e conforto.

Não tenho medo de causar polêmica. Eu sei que não é fácil sair da zona de conforto. Eu fiz isso há algum tempo e ainda não consegui me adaptar totalmente. Às vezes quero voltar, mas uma vez
fora, não há como mudar.

Por que escrevi tudo isso? Por que tenho tido várias experiências desse tipo com amigos meus nos últimos dois meses. Alguns deles talvez nem voltem mais, mas é assim que a Sue vê as coisas e é assim que eu também vejo as coisas.
O título desse texto é uma das frases proferidas pela temida treinadora de líderes de torcida, Sue Sylvester. Esta é a minha preferida das ditas por Sue que também é meu personagem predileto da série. Mas por que tudo isso? Por que eu sou meio Sue Sylvester, pior, em algumas situações (a maioria delas) faço questão de sê-lo.

2 comentários:

Ricardo disse...

Vc é uma Amanda Prisley da vida nigrinha!
Maldade em dozes certas, cueldade em doces ácidas isso é Jock Dean!

Jock Dean disse...

Ricardo, acho que perdi o tino para maldades. Tenho andado condescedente nos últimos dias. Agora perdoo todo mundo fácil, fácil. Preciso voltar ao meu normal.

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