segunda-feira, 19 de julho de 2010

Todo mundo teme a língua de Jock

“Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser e de dizer coisas que podem magoar e ofender, mas cada um tem o seu jeito todo próprio de se defender.”(do repertório de Maria Bethânia)



Dia desses eu estava em uma lanchonete e uma conhecida minha teria me visto lá e perguntado por um amigo nosso em comum, (o Jefferson), e eu a teria ignorado totalmente. Bem, não lembro esse episódio. Se tiver algo que definitivamente não sou é mal-educado, portanto, jamais teria ignorado a pobre. Ela contou o fato para o Jefferson que comentou comigo dias depois.


No mesmo dia, pouco antes de ele me contar esse episódio, encontrei com ele e outro amigo nosso, Jonnathan, a quem uma desconhecida minha teria dito que queria me perguntar algo e a resposta do Jonnathan foi rápida e rasteira: “não pergunta nada pro Jock por que ele tem um jeito muito ‘positivo’ de dizer as coisas. E é justamente sobre isso que vou falar hoje.


Bem, sou agarela por natureza. Adoro falar, conversar, tanto que quando não tenho com quem o faça, escrevo, por isso criei este blog, pois tenho necessidade de me expressar continuamente. Sinceridade para mim é fundamental. Falo o que penso sempre, se me omito é por que a circunstância exige, mas mesmo que nas entrelinhas, deixo claras as minhas opiniões.


Só que esse tipo de comportamento extremamente franco é sempre muito mal interpretado e são poucas as pessoas que o compreendem e ou aceitam. Pessoas como eu acabam passando por ríspidas, inconvenientes, maldosas e até mesmo ‘humilhativas’ (se me permite o neologismo barato).


Mas há momentos em que tem de parar que ver as pessoas pelo que parecem e pedir para ver o que podem fazer e é isso que eu faço com minhas palavras. Eu até poderia mentir em diversas situações só para inflar o ego das pessoas, porém acho muito mais fácil e simples dizer a verdade. Que culpa eu tenho se as pessoas não gostam da verdade?


Eu digo o que penso sem medo, pois é esse tipo de comportamento que gosto de receber das pessoas. Sei que é mais cômodo falar pelas costas, pois assim você não se indispõe com ninguém. Se algumas pessoas preferem a hipocrisia, tudo bem, mas não terão de mim esse comportamento.


Se digo o que penso, o que acredito, não é com o intuito de ofender – tudo bem, às vezes até é, admito -, mas sim com a intenção de mostrar àquela pobre alma quem eu sou e o que ela pode esperar de mim para não se frustrar depois achando que eu era algo que não sou.


Por causa desse meu modo de ver as relações interpessoais, muita gente prefere não me pedir opinião. Há ainda os que se afastam de mim para não serem vítimas da navalha que trago na boca. E assim minha inócua e incólume língua segue famigerada acumulando inimigos e tementes.


Após me contar o episódio que narrei no começo desse texto, o Jefferson cunhou a seguinte frase: “todo mundo tem medo da língua do Jock.” Bobos, não tenham medo. Eu uso minha língua somente para o (meu) bem.

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