quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Gays contra gays

O fim do preconceito é o objetivo de todos os gays, por isso tantas lutas pelo fim da homofobia e o exercício de direitos como o casamento, adoção e outros, mas e quando o preconceito vem de dentro? Nós todos sabemos que a homofobia é praticada geralmente por homens heterossexuais, mas existe dentro do "ambiente gay” muita homofobia e acho que é esse o nosso maior problema.



Já ouvi da boca de gays “assumidos” a seguinte declaração: "Não gosto de fulano porque ele é muito gay". Aliás, os gays "afeminados" ou "afetados" são os mais discriminados até mesmo por outros gays. Alguns deles não querem nem ser visto perto de um homossexual mais feminino ou de uma travesti.


Eu mesmo já fui assim, afinal, todos, absolutamente todos nós, temos nossos preconceitos e auto-preconceitos. Ainda alimento certo preconceitos contra essas pessoas, mas tenho, pelo menos, tentado mudar essa postura, afinal, como posso vir aqui todos os dias e postar todos esses textos, exigir o fim do preconceito contra gays se eu sou, em muitos casos, o primeiro a apontar na rua e tecer algum comentário preconceituoso?


Eu percebo que alguns gays não entenderam que ser mais delicado ou mais feminino não é uma opção, mas uma condição. A mesma condição que nos faz “preferir” homens a mulheres. Por que é tão aceitar o fato de que o cara "dá pinta", pois ele está sendo ele mesmo? Como vamos lutar pela igualdade se nós mesmos não nos vemos como iguais?


Alguns diriam que isso acontece em virtude da prevalência da orientação sexista heterossexual que faz os homens mais viris, independente da sua sexualidade, reprovar, reprimir, criticar comportamentos excessivamente femininos. Mas nesse caso estaríamos apenas caindo no lugar comum da justificativa mais fácil: a culpa é do machismo, quando uma coisa, nem sempre, tem haver com a outra.


Outra atitude muito comum que costumo observar entre os gays é que os mais “baquiosos” se policiam rigidamente para evitar esse tipo de comportamento. Eu vejo isso como auto-discriminação. Se eu me discrimino, como vou exigir que os outros não o façam? Se eu tenho comportamentos mais femininos que mal há em assumir isso?


O fato é que precisamos, antes de lutar pelo combate à homofobia, mudar nossa própria forma de encarar a homossexualidade, sobretudo a do outro.

2 comentários:

Unknown disse...

Gostei meu querido desse post. eles esquecem que foram os afeminados que fizeram todas as lutas e se há respeito, é por que as bichas loucas, marafonas, viadinhos, travecos, entre outros rotulos que os proprios gays usam para definir os seus; foram à luta contra tudo e todos. Já fiquei com afeminados, são carinhosos e pessoas muito mais legais do que mto gay machinho por aí.

Jock Dean disse...

Stro - Strovenga
Como disse no texto, tenho tentado mudar minha postura quanto aos gays mais afeminados que eu. Alguns amigos meus tem vergonha de serem vistos com tipos assim, o que me irrita um pouco. Conheço algumas "bichinhas" e não me incomodo em cumprimentá-las seja onde for. Eu faço amizades com carateres. O que falta à maioria dos gays é espelho.

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