domingo, 22 de agosto de 2010

Mas eu disse SIM e ela me ouvia

A minha vida tem uma menina chamada Marina
Ela é a cobra do meu paraíso
Ela é a dobra do meu paraíso
Ela é a sobra do meu paraíso
Ela é a sombra do meu paraíso
Ela é a cobra
Ela é a cobra
Ela é a cobra

(Antônio Cícero)


Assim que criei o blog, logo nos primeiros posts, prometi que falaria sobre minha artista predileta. Em seus blogs, Thamirys D’Eça e Ana Coaracy o fizeram, o que aumentou ainda mais a minha vontade de fazê-lo, pois bem, agora vou cumprir o prometido. Então hoje falarei sobre como MARINA LIMA passou a fazer parte do meu panteão musical.


Sempre ouvi (quase) de tudo que se pode imaginar. Quando criança passava o dia ouvindo rádio compulsoriamente – minha mãe tinha o hábito de ligar o aparelho assim que acordava, às 6h da manhã, e depois nos horários em que a TV, seu outro vício, estava desligada – portanto, conheço todos os sucessos radiofônicos da década de 1990.


Mas o auge da carreira de Marina foi nos anos 1980, eu sei. Acontece que por influência da minha mãe eu era um noveleiro convicto e Marina teve muitas de suas canções incluídas nas trilhas de novelas e minisséries globais. Assim, eu tinha algum conhecimento, ainda que parco, sobre essa mulher, mas não me tornei seu fã por essa época. Isso foi bem depois.


Em 2007 fui aprovado no vestibular para Jornalismo da UFMA. Foi quando conheci aquela que viria a se tornar minha alma gêmea, Thamirys. Foi ela quem me apresentou Marina Lima, aliás, essa foi apenas uma das inúmeras alegrias que A minha Thata me deu. Espere, preciso esclarecer um fato antes de continuar.


Na verdade, na verdade, quem me apresentou Marina foi outro amigo meu, dos tempos de infância, o Phellipe, que desde menino é seu fã por influência de sua mãe que também é mais uma 'mariniana'. Lembro-me dele andando para todo canto com o CD Pierrot do Brasil, que por acaso, é o meu preferido dentre os 17 já lançados por ela.


Mas Thamirys tem mais culpa nisso, pois foi ela a responsável pela minha paixão pela cantora. Naquele mesmo ano houve show da Marina em São Luís e Thamirys não falava de outra coisa. Também em 2007 Marina estava de volta às rádios com a canção “Difícil” que era trilha da novela “Paraíso Tropical” e essa foi a primeira canção de Marina na qual me liguei de verdade.


A ouvi no rádio, gostei e então decidi procurá-la na internet. Achei e baixei, mas para minha surpresa descobri que havia baixado o arquivo errado. Sim, havia baixado a canção, mas era outra versão. A primeira das três gravadas por Marina. Composição sua e de seu irmão – o poeta e filósofo Antônio Cícero -, a música foi lançada em 1985 no roqueiro LP Todas.


Mas logo aos primeiros acordes a canção me tomou. O verso inicial, sussurrado deliciosamente por Marina, “Sexo é bom!”, me soou incrivelmente libertário. Mas eu queria mesmo era a versão que estava tocando nas rádios àquela época. Continuei a busca e achei outra versão. Baixei, mas ainda não era a do momento. Era a segunda versão feita por Marina, em 1986 no LP Todas Ao Vivo. Essa versão me pegou ainda mais de calças curtas.


Marina mostrou-se ainda mais sacanamente necessária para mim ao improvisar nos versos: “eu disse não, ela não ouvia; mandei um sim, logo serviu, então pensei ‘ela é bela’ por que não comê-la? [em vez de por que não com ela?]. Mas ainda queria a outra versão. Até que achei. Ouvi e era rock, moderno, noturno, pop e bom. Embora não conhecesse a obra de Marina, até então, a canção entrou para o meu set list de imediato.


Nessa época Thamirys e eu tínhamos uma amiga no curso que adorava desfilar pelos corredores com um vestido vermelho bem safado e não dava outra quando Thami a via. “Um vestidinho vermelho que botei pra você ver...” cantarolava ela os versos de outra canção de Marina, Vestidinho vermelho, versão feita por Alvin L de “Beautiful red dress”, do Lauri Anderson, que Marina lançou no álbum Lá nos primórdios em 2006, o último lançado por ela e o mesmo da terceira versão de “Difícil”.


Nesse mesmo álbum estava a canção “Três”, a primeira composta por Marina e seu irmão para o show Primórdios que gerou o álbum (quase) homônimo. Essa foi a canção definitiva. A que me chapou de tal forma que eu só posso chamar de fundamentalismo músico-religioso.


A voz quente, rouca e sensual de Marina me seduziu como se fosse o canto de uma sereia e desde então seus versos me embalam. Seja na alegria ou na tristeza, eles estão sempre lá dizendo o que preciso ouvir.


Mas para que tudo isso acontecesse, era preciso que eu estivesse pronto para recebê-la e eu estava. Como e por que serão temas do próximo post que dedicarei a Marina.


Curiosamente hoje ela postou em seu twitter (@marinalimax) o seguinte: “quando uma pessoa atinge uma mudança básica em sua natureza, o universo deve responder, e refletir a energia milagrosa de volta para nós”.


Este é apenas um dos diversos posts que dedicarei a ela. Isto não é uma coluna ou série fixa de postagens, apenas não posso descrevê-la e nossa relação em um único texto. Até o próximo post sobre eu e Marina Lima.


Ouça aqui as canções de Marina que me despertaram, em todos os sentidos.


Três



Vestidinho vermelho



Difícil

2 comentários:

Lilah disse...

Eu li vc falando de Marina e lembrei da minha relação com Renato Russo...lá vou eu pegando inspiração no seu blog de novo rsrsrs
Renato me pegou no primeiro acorde de Será. E nunca mais saiu do meu coração. Visceral. Como Marina e vc.

Jock Dean disse...

Lilah, pode ficar à vontade para se inspirar aqui. Para mim é um prazer e uma honra.
Você descreveu bem a minha relação com Marina. Visceral!

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