"Eu vou respeitar como alguém que apaga a luz, mas tem seu altar no escuro"
Quando sabemos que é amor? Quando sabemos que amamos? Quando sabemos que amamos alguém de verdade? Eu sempre me perguntei isso. A vida toda. Mais que simplesmente me perguntar, eu procurei isso a vida toda.
Um amor que resistisse a todas as tempestades, que pudesse ser cantado em uma balada da Barbra, mas achei apenas os que poderiam ser descritos em algum verso do mal do século. E não raros eram os momentos de dor e desesperança. Por que lutar se é tão mais fácil desistir? E a vida a insistir, e o coração a persistir na vontade voraz de ter alguém por quem bater.
Desde cedo somos ensinados que é impossível ser feliz sozinho e acreditamos nisso. Então começamos a caminhada em busca desse alguém que nos fará feliz quando, na verdade, apenas nós temos esse poder. E quando enfim (achamos que) aprendemos isso vem alguém.
Alguém que sequer percebemos quando se aproxima. Alguém que diz “oi” e recebe um mero “oi” de volta. E depois outros “ois” e alguns “bom dia”, “como você está?”, “fale-me de você” e o que era uma mera conversa educada torna-se um papo necessário, diário. Quando percebemos, estamos de volta ao início.
Uma música que lhe parece, um sorriso no meio do dia pela lembrança de alguma bobagem da última conversa, uma mensagem que demora a chegar, uma ligação que se reluta em fazer, a dúvida sobre o que se sente, sobre a reciprocidade desse sentimento e o medo da negativa.
E com a continuidade do contato vem uma lágrima pelo “não” quando dizemos “sim”, a angústia pela distância que se decide criar na tentativa infeliz de esquecer, a felicidade de voltar a dizer “oi” na esperança de quem sabe as coisas podem mudar, o conforto da proximidade e cumplicidade cada vez maior, a certeza da existência do amor recíproco, a resistência de aceitar a diferença entre os amores cultivados...
Algumas vezes o amor nos torna egoísta. Queremos a pessoa para nós, queremos que o amor dela seja nosso e que nós sejamos os únicos a dar o amor que ela necessita. Mas às vezes amamos tanto uma pessoa que esse sentimento entra em catarse e o único desejo que possuímos é de, pelo menos, poder observá-la, ainda que de longe. É quando somos capazes de deixá-la ir, conhecer outros amores. É quando temos a certeza que nunca será possível dar a ela o amor que gostaríamos. É quando queremos que ela seja feliz, mesmo que não seja conosco, e ainda assim somos felizes juntos. É quando sabemos que amamos, de verdade.
“Eu te amo. Simples. Como disse antes, eu percebi que te amaria mesmo que você não me amasse com ou sem "também". Quando eu decidi q não falaria com você por um tempo foi muito difícil. Eu senti muita dor. Só que agora eu percebo que o que me desesperou não foi o fato de você está tentando com outro cara, mas a possibilidade de você não fazer mais parte da minha vida. E seria assim se eu continuasse me afastando de você, por isso voltei. Eu sabia que você respeitaria meu espaço. Que você não se aproximaria sem eu dar o primeiro passo. O que eu estou tentando dizer é que eu sou muito feliz com o que nós temos um com o outro. Se vai mudar ou não, não sei, não me importa, desde que continuemos juntos. Eu quis te dizer tudo isso porque te amo, porque admiro você, seu caráter, porque te respeito, porque acho que certas coisas não devem ser guardadas, ainda mais se são sobre amor. Com o tempo elas envenenam a relação. Na verdade, essas são coisas que eu estou aprendendo com você.”
Para Ricardo, o homem que eu amo tanto.
Para Ricardo, o homem que eu amo tanto.