Visando garantir atendimento mais especifico à população LGBT nos distritos policiais de todo o Maranhão, a delegada geral de Polícia Civil, Cristina Resende, assinou uma portaria na qual disciplina esse tipo de atendimento. No documento, a delegada geral determina que em cada ocorrência constem o nome social da vítima e o teor do crime. O documento entra em vigor a partir da publicação no Diário Oficial do Estado.
A delegada lembrou que desde o final do primeiro semestre de 2012, todos os distritos da capital e os das cidades de Imperatriz, Açailândia e Balsas já contam com o Sistema Integrado de Gestão Operacional (Sigo). Com ele, todos os dados são informatizados o que permite um registro mais específico na suposta motivação de cada crime. Segundo ela, o profissional do Sistema de Segurança ao registrar o Boletim de Ocorrência (BO) já indicará, com base no depoimento da vítima, se o crime tem relação com a homofobia.
A delegacia geral já treinou desde o semestre passado, os escrivães, investigadores e delegados para utilizar o Sigo. Além disso, em conjunto com a Academia Integrada de Segurança Pública (AISP) será programado um aumento na carga horária das capacitações voltadas para esta temática. “Estamos atendendo uma reivindicação do próprio segmento. Com a motivação tida como sendo por homofobia, as investigações poderão chegar de uma maneira mais rápida a autoria desses crimes. Além disso, estamos aqui efetivando uma política de Direitos Humanos”, ressaltou Cristina Resende.
Com a nomenclatura específica, as estratégias de Segurança poderão ser melhores direcionadas. “Alguns casos complexos precisam de um tratamento diferenciado e isso já precisa vim mostrado desde o registro do B.O. Não permitiremos que nenhum crime contra a pessoa humana, seja ele, de gênero, credo, ou qualquer outro tipo de discriminação fique sem ser investigado”, afirmou o delegado Sebastião Uchoa.
Segundo Antônio Ferreira, um dos representantes do Grupo Gayvota, a medida da Polícia Civil contribuirá para um reconhecimento ainda maior dentro da sociedade. “A portaria é um avanço para o movimento no que diz respeito a efetivação de Políticas Púbicas de combate a Homofobia no Maranhão. O ganho não será apenas para o segmento LGBT, todos os outros que também são vulneráveis passarão a ter o tratamento adequado”,analisou Antonio Ferreira do Grupo Gayvota.
Para o superintendente de Polícia Civil da Capital, delegado Sebastião Uchoa, a portaria é uma ação em respeito a cidadania plena, onde toda sociedade vai ganhar. “Não iremos permitir que nenhum tipo de crime contra pessoa humana aconteça seja ele no gênero étnico, credo e outros. O superintendente lembrou que 90 % dos crimes relacionados ao grupo LGBT foram solucionados. Ele disse, ainda, que nos oito homicídios ocorridos na Avenida Guajajaras os autores foram identificados.
Uma nova reunião ficou agendada para o primeiro semestre de março. O intuito é unir esforços com a Defensoria Pública e com a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Cidadania (Sedihc) e traçar estratégias conjuntas de enfrentamento desta problemática social.
Na assinatura, representantes de diversos grupos LGBT aprovaram a iniciativa da Polícia Civil. A portaria é resultado de diversas reuniões promovidas entre o grupo LGBT e a Superintendência de Polícia Civil da Capital (SPCC). Estiveram presentes ainda no ato, o superintendente de Polícia Civil da Capital, delegado Sebastião Uchoa; Antônio Ferreira, do Grupo Gayvota e, ainda representantes do Solidário Lilás e do Fórum de ONGs LGBT Estadual.
Fonte: Secretaria de Estado da Comunicação
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