segunda-feira, 22 de abril de 2013

Abaixo a Ditadura Gay!



Cuidado, ela está chegando!

Sim, meus homens e mulheres de família, eu falo da Ditadura Gay. Estes devassos estão a poucos passos de suplantar todos os direitos que nós brasileiros levamos anos para consolidar. Não podemos permitir que isto aconteça. Temos que nos unir contra este grupo de pessoas perigosas que querem destruir as famílias, a moral, os bons costumes e tirar a harmonia e respeito irrestrito e mútuo que cultivamos com tanto afinco por tantos anos.

Seu plano é antigo. Foi orquestrado ainda no final dos anos 1960 quando um grupo de viados, sapatões e travecos decidiram entrar em confronto com a Polícia de Nova Iorque só por que ela fazia batidas em um bar frequentado por estes desajustados, agredindo e detendo quem encontrava por lá. Como podemos ver, uma clara tentativa de contestar o direito do Estado de manter a ordem e zelar pela segurança dos cidadãos de bem. Não é mesmo um absurdo este grupo de detratores se divirtam seja lá onde for? A Polícia não poderia mesmo permitir.

Foi aí que nasceu o Gayzismo, esta ideologia maligna que quer cooptar todos. Desde então eles vem se infiltrando lenta e secretamente em todas as esferas de poder e espaços da sociedade para alcançar seus objetivos. Eles são perigosos! Eles não respeitam nada nem ninguém. Seu principal objetivo é calar seus opositores. Querem impedir que pessoas de bom senso, que não concordam com suas práticas imundas, não possam mais alertar ao restante da população que gays são doentes, pedófilos em potencial. Mais que isso, querem impedir que psicólogos possam curar aqueles que têm consciência dos perigos que são para seus familiares e amigos.

Mas seu alvo principal é a família. Sim, querem desestruturar a base da sociedade, pois somente assim poderão ter domínio completo sobre tudo. Imaginem que eles querem ter o direito de irem a um cartório receber uma Certidão de Casamento Civil. E eles avançam a passos largos. Já podem cometer tal ato nos estados do Paraná, Alagoas, Bahia, Piauí, Espírito Santo, Sergipe, Ceará, Mato Grosso do Sul e São Paulo, e no Distrito Federal. Por sorte o Governo Federal não se deixou dominar e não fará propaganda de opções sexuais.

Outra forma encontrada por eles para destruir a família é adotando crianças. Um risco enorme, pois qualquer criança criada por um gay também se tornará gay quando adulta da mesma forma que crianças criadas por casais heterossexuais se tornam heterossexuais. Não podemos permitir que as mais de 40 mil crianças e adolescentes que vivem em abrigos em todo o país sejam educadas por um casal homossexual, afinal, segundo o Cadastro Nacional de Adoção (CNA) o número de casais interessados em adotar, sendo a maioria absoluta heterossexuais, é cinco vezes maior que o total de menores aptos a adoção. Estas pobres inocentes não precisam dos gays para nada.

Temos que garantir o incontestável direito dos 90,91% dos casais de bem interessados em adotar crianças brancas mesmo que 64,98% dos menores em abrigos sejam pardos/negros ou que 77,16% dessas crianças tenham irmãos e a maioria dos cadastrados para adoção (82,45%) deseje apenas uma criança ou 76,01% desejem as que têm até três anos de idade mesmo a maioria das crianças sendo mais velhas. Não, melhor deixá-las nos abrigos, pelo menos crescem protegidas da ameaça homossexual, não sendo obrigadas a verem casais gays se beijando na fila do cinema ou andando de mãos dadas na praia.

Mas não podemos desistir, irmãos! Ainda há tempo de voltarmos aos dias de sol onde não tínhamos que virar a cara nas ruas porque tem um casal de lésbicas trocando flores na praça. Voltemos a trocar farpas, gays versus cidadãos de bem, assim é melhor, assim todos continuaremos sendo felizes.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Maranhão: Secretaria de Segurança Pública define estratégias de combate a crimes homofóbicos



Visando garantir atendimento mais especifico à população LGBT nos distritos policiais de todo o Maranhão, a delegada geral de Polícia Civil, Cristina Resende, assinou uma portaria na qual disciplina esse tipo de atendimento. No documento, a delegada geral determina que em cada ocorrência constem o nome social da vítima e o teor do crime. O documento entra em vigor a partir da publicação no Diário Oficial do Estado.

A delegada lembrou que desde o final do primeiro semestre de 2012, todos os distritos da capital e os das cidades de Imperatriz, Açailândia e Balsas já contam com o Sistema Integrado de Gestão Operacional (Sigo). Com ele, todos os dados são informatizados o que permite um registro mais específico na suposta motivação de cada crime. Segundo ela, o profissional do Sistema de Segurança ao registrar o Boletim de Ocorrência (BO) já indicará, com base no depoimento da vítima, se o crime tem relação com a homofobia.

A delegacia geral já treinou desde o semestre passado, os escrivães, investigadores e delegados para utilizar o Sigo. Além disso, em conjunto com a Academia Integrada de Segurança Pública (AISP) será programado um aumento na carga horária das capacitações voltadas para esta temática. “Estamos atendendo uma reivindicação do próprio segmento. Com a motivação tida como sendo por homofobia, as investigações poderão chegar de uma maneira mais rápida a autoria desses crimes. Além disso, estamos aqui efetivando uma política de Direitos Humanos”, ressaltou Cristina Resende.

Com a nomenclatura específica, as estratégias de Segurança poderão ser melhores direcionadas. “Alguns casos complexos precisam de um tratamento diferenciado e isso já precisa vim mostrado desde o registro do B.O. Não permitiremos que nenhum crime contra a pessoa humana, seja ele, de gênero, credo, ou qualquer outro tipo de discriminação fique sem ser investigado”, afirmou o delegado Sebastião Uchoa.

Segundo Antônio Ferreira, um dos representantes do Grupo Gayvota, a medida da Polícia Civil contribuirá para um reconhecimento ainda maior dentro da sociedade. “A portaria é um avanço para o movimento no que diz respeito a efetivação de Políticas Púbicas de combate a Homofobia no Maranhão. O ganho não será apenas para o segmento LGBT, todos os outros que também são vulneráveis passarão a ter o tratamento adequado”,analisou Antonio Ferreira do Grupo Gayvota.

Para o superintendente de Polícia Civil da Capital, delegado Sebastião Uchoa, a portaria é uma ação em respeito a cidadania plena, onde toda sociedade vai ganhar. “Não iremos permitir que nenhum tipo de crime contra pessoa humana aconteça seja ele no gênero étnico, credo e outros. O superintendente lembrou que 90 % dos crimes relacionados ao grupo LGBT foram solucionados. Ele disse, ainda, que nos oito homicídios ocorridos na Avenida Guajajaras os autores foram identificados.

Uma nova reunião ficou agendada para o primeiro semestre de março. O intuito é unir esforços com a Defensoria Pública e com a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Cidadania (Sedihc) e traçar estratégias conjuntas de enfrentamento desta problemática social.

Na assinatura, representantes de diversos grupos LGBT aprovaram a iniciativa da Polícia Civil. A portaria é resultado de diversas reuniões promovidas entre o grupo LGBT e a Superintendência de Polícia Civil da Capital (SPCC). Estiveram presentes ainda no ato, o superintendente de Polícia Civil da Capital, delegado Sebastião Uchoa; Antônio Ferreira, do Grupo Gayvota e, ainda representantes do Solidário Lilás e do Fórum de ONGs LGBT Estadual.

Fonte: Secretaria de Estado da Comunicação

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Vencidos pelo cansaço



“Aquilo que o público realmente abomina na homossexualidade não é a coisa em si, mas o fato de ser obrigado a pensar nela.”

E. M. Forster


Pois é. Nós, gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais existimos. Não se sabe ao certo como, quando ou porquê (se é que há uma razão específica) nós nos diferenciamos do restante da humanidade, mas o fato inegável, indiscutível e imutável é que nós existimos. E, sendo assim, temos direito a um lugar ao sol nesta imensidão que é o mundo.
Por muitos e muitos anos nos foi reservado a margem da sociedade. Ser LGBTT só era possível longe dos olhos de todos. Trancado no meu armário eu poderia ser quem bem entendesse, mas em público tínhamos que seguir as regras da sociedade.
Falando assim parece que a realidade mudou, mas nem tanto. Ao passo que cada vez mais gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais se sentem encorajados a deixarem seus armários, e alguns, dessa novíssima geração, sequer chegam a entrar nele, um outro grupo de pessoas cresce no lado oposto querendo nos manter no gueto. Aumentou o número de homofóbicos? Decerto que não, mas cresceu a necessidade de manter o status quo, afinal, quem poderia imaginar que algum dia nós poderíamos adotar crianças e trocar alianças como se fossemos pessoas normais?
Na mente dos donos da bola, nós éramos um incômodo controlado. Todo mundo sabia da nossa existência, alguns até eram nossos amigos, mas nós sabíamos o nosso lugar no mundo. Agora ficamos descontrolados. Lotamos audiências no Congresso Nacional protestando contra pessoas que só querem nos ajudar a ficarmos curados sabe-se lá do quê, nos reunimos em beijaços públicos na porta de lanchonetes que não deixam que nos beijemos tranquilamente, insistimos nessa chatice de transformar em criminosos gente que prefere externar, com socos e pontapés, que não gostam do que fazemos com nossos cus, paus e bocetas, entre tantas outras coisas.
Mas não é só isso. Na verdade, esse mundo está cada vez mais virado. Agora mulheres vão para as ruas reivindicando o direito de serem vadias. Negros precisam ter sua história estudada nas escolas públicas e o nome de Deus e suas representações não mais toleradas em repartições do Estado. Não é mesmo um absurdo tirarem o Seu bom nome das cédulas de Real?
Pois é. Que dias são estes que estamos vivendo? Onde vamos parar? O que deu em nós, viados, vadias, travecos, pretos, filhos de Satanás e tantos outros que passamos todo esse tempo vivendo em paz com Brunos, Diegos, Lobos e Malafaias, sem reclamar dos tapinhas e das piadas, para que provoquemos toda essa barulheira?
Todos os dias, pela manhã, eu cumpro o mesmo ritual. Saio de casa por volta das 7h para ir trabalhar. Pego ônibus sempre no mesmo ponto, que fica logo após a travessia de uma avenida, a 200 ou 300 metros da minha casa. E pelo menos uma vez por semana alguém que passa encastelado em seu carro ri e aponta de mim fazendo alguma piadinha com o fato de eu ser gay. Eu sou pintosa, daí sabem como é, néam? Basta me olhar para dizer “esse é viado”. Eu mal tenho tempo de esboçar qualquer reação.
Na maioria das vezes eu ignoro, afinal o cara passou de carro e não há nada que eu possa fazer, pois segundo depois de gritar um “Ê, bicha”, ele já vai longe do ponto de ônibus, mas algumas vezes, quando estou cansado demais e o engarrafamento está mais lento eu mostro o dedo do meio. Pois é, acho que todos nós, os Andrés segregados deste imenso Brasil estamos cansados demais para abaixar a cabeça e seguirmos nosso caminho.


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Despedida

O cortejo seguiu solitário noite adentro, chuva abaixo
O próprio morto levava seu caixão
Era sua morada derradeira
Diante da cova jogou oferendas, um coração sangrando
Saudades e arrependimento e
Jogando a última pá de cal, deu as costas e partiu