sexta-feira, 18 de junho de 2010

Parada Gay de São Luís acontece dia 27

Os dados mais recentes, divulgados durante o Fórum Estadual LGBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), realizado em 2007, informam que no período de 2000 a 2006 foram registrados 23 assassinatos de homossexuais em São Luís. E é pregando o respeito aos direitos dos cidadãos homossexuais que o “Grupo Gayvota” realiza amanhã mais uma edição da Parada Gay de São Luís.


“Travestis e Transexuais merecem respeito”. Esse é o tema da 7ª edição da Parada do Orgulho da Diversidade Sexual de São Luís, que será realizada no dia 27 de junho, domingo, na Avenida Litorânea (descida da praia do Calhau em direção à Praça do Pescador).


A Parada do Orgulho da Diversidade Sexual de São Luís é a maior do Nordeste e a terceira do Brasil. A expectativa para este ano é reunir cerca de 500 mil pessoas.


A concentração começa a partir das 14h na Praia do Calhau – Praça dos Pescadores. Gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros, simpatizantes e héteros (Por que não?) participarão da maior mobilização aberta em prol dos direitos LGBT na capital.


Entre as atrações a cantora, compositora e produtora musical ítalo-brasileira, Georgia Brown, considerada uma das novas divas da House Music mundial, além dos Djs Alisson e Verônica, trios e bandas locais.


Um dos focos da Parada é o apoio e acompanhamento do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, que propõe a criminalização da homofobia, ficando o autor do crime sujeito a pena, reclusão e multa.


“Não queremos mais ou menos que ninguém, só queremos ser respeitados, afinal, também contribuímos para o desenvolvimento do nosso país”, disse o fundador e coordenador do Gayvota, Carlos Garcia. “Vamos fazer uma Parada com segurança e com a presença das famílias maranhenses, porque também é essa nossa preocupação”, completou Garcia.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A minha Thata

“Há flores de cores concentradas. Ondas queimam rochas com seu sal. Vibrações do sol no pó da estrada. Muita coisa, quase nada. Cataclismas, carnaval. Há muitos planetas habitados e o vazio da imensidão do céu. Bem e mal e boca e mel e essa voz que Deus me deu, mas nada é igual a ela e eu.” (Caetano Veloso)
Da nossa sábia particular: “certos acordes são nossos, esses eu sei de cor”:

Entre as gírias gays há uma que gostaria de destacar hoje: tata. O termo refere-se à mulher que possui um melhor amigo gay.



Ela, por coincidência, ironia do destino ou predestinação, tem como inicial do seu nome a sílaba Tha. Não importa, o fato é que sou seu amigo e ela, minha Thata, me intriga demais.

A gente nunca sabe como nasce uma amizade. Costuma-se dizer que amigos são os irmãos que escolhemos, eu prefiro crer que são os que descobrimos. Nunca temos certeza sobre o quanto alguém é nosso amigo até que chegue aquele momento crucial da nossa vida em que temos que escolher em seguir ou parar e foi nesse momento que ela me deu sua mão e disse “eu vou
contigo” mesmo sem saber para onde eu ia. Ela simplesmente sabia que eu deveria ir e se dispôs a me acompanhar.


Lembro ainda hoje do dia em que a conheci. Confesso que não fui muito com a cara dela no primeiro instante. Caminhamos muito até chegar na bifurcação da minha vida. Sempre juntos, mas sem os braços dados, na maior parte do tempo. Lembro que vi aquela menina com olhos de mar – não por serem verdes, mas por serem misteriosos – e logo desviei o olhar.


O tempo foi passando. Algumas conversas. Alguns passeios. Muitos amigos em comum. Alguns goles compartilhados por aí. Foi em um desses que tudo definitivamente começou. Lembro desse dia. Um bar. Algumas cervejas. Alguns amigos e um papo daqueles. Depois um Jogo da Verdade. Ela, sempre curiosa, decidiu que era a hora de me fazer as perguntas que nunca pudera fazer e das quais eu sempre fugi.


Todas as minhas respostas foram “Sim”. Depois mais alguns papos no MSN e outros sins. Mais segredos trocados e eu, sempre tão fechado no universo ao meu redor, a incluí entre as minhas coisas. Muitas outras perguntas vieram e depois inúmeras confissões espontâneas de ambas as partes. Até que no momento crucial, quando eu diria o maior de todos os “sins”, recebo dela um singelo SMS com os dizeres: “me orgulho muito de você!”.


Todas as dúvidas se dissiparam. A insegurança saiu pela porta. E a certeza que nunca mais estaria sozinho comigo mesmo se instalou. Aos poucos ela me incluiu no seu também sempre tão fechado infinito particular e as afinidades, mais que isso, as cumplicidades, se revelaram acima de todas as coisas.


Os mesmos sonhos, desejos, vontades, fetiches, futilidades. Os mesmos sentimentos dos outros por nós, por vezes, por tabela, só pela amizade. A mesma forma de ver e querer o mundo. E o desejo sobre-humano de ter o outro para si, só para si.

Eu ainda caio, às vezes, mas ela está lá, sempre forte para me carregar em seus braços delicados. Os mesmos com os quais faz tremular suas longas saias enquanto danço ao seu redor, como um planeta atraído por sua estrela. Se ela cai, eu levanto, mesmo sem forças, só para vê-la sorrir exageradamente, arrancando de mim riso pelo seu sorriso.


Eu a escolhi para pô-la no meu altar particular. Nela não ouso tocar, nem ofender, nem desatender e ai de quem o fizer. Sou conveniente e conivente a ela. Fecho meus olhos e ouvidos para as críticas que fazem dela e nunca vi seus defeitos, acho até que ela não os tem, pelo menos gosto de pensar assim. Quando penso no meu futuro, sempre a vejo, ainda que não vislumbre nada além ou mais ninguém.

Só para ela ouso mostrar todas as minhas nuances sem o menor pudor. Na frente de quem mais eu me sentiria seguro e dançaria em cima de uma mesa de sinuca? Para quem mais eu diria o quanto é gostosa “a paisagem” do shopping? Para quem mais eu faria minhas piadinhas preconceituosas ou teria coragem de dizer os maiores absurdos na certeza de receber em troca nunca uma critica, mas sempre um sorriso de cumplicidade?

Não, o que sinto por ela não é amizade. Não, ela não é minha amiga. Ela é o meu amor. Minha parceira, cúmplice, companheira, comparsa. Minha Thamirys. Há três anos. Os mais felizes e frenéticos que já vivi. Eu te amo você. Meu mundo você é quem faz. Obrigado por segurar sempre a minha mão. Que mais três vidas venham para nós.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sentimentos estranhos


"Meu problema naõ é que não consigo deixar de pensar. Meu problema é que não consigo parar de sentir!"
Tenho sentimentos estranhos, na verdade, são “não sentimentos”. É como quando eu era pequeno, minha mãe vivia dizendo para eu não jogar bola dentro de casa. Na nossa sala, em cima da mesa, havia um vaso, uma fruteira na verdade, que ela gostava muito.



Não preciso dizer que joguei bola, não preciso dizer que quebrei a tal da fruteira, não preciso dizer que “a chinela” comeu. Lembro que quando isso aconteceu minha mãe não estava em casa. Até a hora de ela chegar fiquei sentindo um misto de ódio de mim mesmo com “e agora o que eu vou fazer?”


Agora estou sentindo esse mesmo ódio de mim. A fruteira se quebrou em mil caquinhos. Nada nunca mais será a mesma coisa. Mesmo que “nunca mais seja muito tempo”, existem coisas, sentimentos e fruteiras que não se refazem, que não se colam. As flores morrem e não voltam.


O que sinto é estranho. É uma felicidade em saber que sim, é possivel esquecer todos e uma tristeza por ter sido tão estúpido e um medo muito grande por que sei que outros virão para me mostrar que continuo sendo estúpido.


Queria poder arrancar meu coração do peito e colocá-lo no congelador. Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus, para não se perderam no caos da desordem sem nexo.



Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Preciso de Alguém

Meu nome é Caio F.


Moro no segundo andar, mas nunca encontrei você na escada.


Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.


Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também.


Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. (...)Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido.


Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.

(Caio Fernando Abreu - Crônica publicada no “Estadão” Caderno 2 de 29/07/87)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Alejandro: o amor gay de Lady Gaga

Depois de divulgar diversos teasers e trailers na web e incitar a curiosidade de seus fãs, Lady Gaga finalmente lançou ontem seu mais novo clip, Alejandro. Dirigido pelo renomado fotógrafo Steven Klein e sem o fashionismo exacerbado das demais produções da cantora, o vídeo de quase 9 minutos de duração, traz uma Gaga totalmente sombria e dominadora, além de fazer referências a diversos temas polêmicos. Igreja? Militares? Morte? Gays? Afinal, o que se passa em Alejandro?!



Gaga adotou uma atmosfera mais sombria, que não é vista nos seus vídeos anteriores, com referências explícitas à morte, como um cortejo fúnebre. É a quarta vez que o tema “morte” aparece em um clipe da cantora. A primeira vez foi em Paparazzi, depois em Bad romance e, em seguida, Telephone, mas a cantora ainda não havia produzido algo tão noturno quanto Alejandro.


Segundo Gaga, o vídeo foi feito em homenagem aos gays e, principalmente, às mulheres que se apaixonam por eles e não podem tê-los - no caso, os tais Alejandro, Fernando e Roberto da letra da música. Eles, aliás, são representados pelos dançarinos como soldados afeminados que sofrem repressão de seus superiores, incluindo a cantora, que em algumas cenas aparece vigiando o exército com binóculos, tal e qual era feito durante a guerra por líderes como Hitler.


E Madonna novamente é representada em um trabalho de Gaga que já afirmou diversas vezes que tem na rainha do pop uma das suas inspirações. Vai dizer que o sutiã com armas no bico dos seios usado por Gaga em Alejandro não lembra o famoso sutiã em formato de cone de Gaultier usado por Madonna? Além disso, o clima altamente sombrio lembra os clips de Vogue e Express Yourself, dois dos maiores sucessos da Madge.

Klein é um dos mais renomados fotógrafos de moda do mundo e um dos maiores contribuidores da carreira de Madonna e foi ele que Lady Gaga escolheu para dirigir seu novo trabalho, talvez daí vieram as referências a Madonna presentes em Alejandro. A canção faz parte do álbum mais recente da cantora, The Fame Monster e é a terceira do disco a ganhar um videoclip, após Bad romance e Telephone.


E um outro detalhe: Lady Gaga é totalmente consciente do caminho que escolheu para sua carreira. Ela sabe que muito mais que um cantora, musicista ou compositora, é uma performer. Sua imagem, roupas e atitutes chamam antenção muito antes que suas canções, talvez por isso que em apenas 24 horas, o viodeoclipe teve mais de 4 milhões de acessos.

Ainda não assistiu Alejandro? Clique aqui e confira.

Com Alejandro, Gaga, que alterou o curso de uma indústria musical, amargando há mais de dez anos com a queda nas vendas, se firmou como o fenômeno pop que melhor representa a nova década onde instituições seculares precisam ser revistas e se adaptarem à nova realidade, sem, contudo, abandonarem sua identidade.

Tarefa difícil? Talvez, mas é bem assim que a maioria dos gays vive. Como assumir sua sexualidade sem perder o convívio da família, dos amigos e obter a aceitação social? Militância ou uma jogada de marketing para agradar seu maior público, a cantora, com seu trabalho chocante, obriga o tema a ser discutido de forma aberta.


O papel de Gaga é o de uma mulher dominadora que simula sexo com os soldados, eles de sapatos de salto alto. O clip é cheio de referências homossexuais, mas Gaga não queria mostrar os gays como caricaturas femininas, ela sabe que eles são muito mais. Sensíveis (saltos) ou viris (militares), eles estão muito acima dos estereótipos.


Fugindo dos figurinos excêntricos, a cantora aparece vestida de freira, como uma redentora dos gays reprimidos, diferente da Igreja que é assumidamente contrária à homossexualidade. Lady Gaga ora aparece cercada por militares gays, ora com seus dançarinos seminus em momentos de dança sexy e ao final surge vestida com um hábito de freira vermelho de vinil e termina em decomposição, mas antes disso, engole um rosário em uma das cenas do clip.

O que simboliza tudo isso? Talvez Gaga queira dizer que a Igreja tenta impor seus valores e que ela tenta manipular as pessoas, pois ela (Gaga) e Alejandro aparecem amarrados a diversos fios, como marionetes, no exato momento em que ela engole o rosário vestida de freira cor de sangue.
Militarismo e catolicismo aparecem em versão fetichista, mais que isso, essa visão é uma sátira às instituições que mais reprimem os gays em todo o mundo. O vídeo tem, como em fetiche sadomasoquista, partes violentas. Além da coreografia cheia movimentos que jogam as pessoas no chão, Gaga também é dominatrix de seus soldados. Em uma das cenas do vídeo, eles usam salto alto e meia arrastão e ela, lingerie bege e cabelos curtíssimos, sugerindo alguma androginia e conseqüentemente o sexo entre dois homens.

terça-feira, 8 de junho de 2010

"Desde então tanta coisa aconteceu que eu parei pra melhor pensar"

O acaso é algo incrível mesmo. Ao acessar meu blog hoje, cometi uma desatenção e digitei outro endereço de e-mail que usava para manter um outro blog que nem lembrava mais da existência. Nele encontrei um único texto postado, de autoria de uma amiga minha, Aline Alencar, o qual fala sobre mim, meu perfil, minha personalidade.
O texto foi feito como um trabalho do curso de Jornalismo da UFMA. Tínhamos que escrever algo como uma matéria-perfil. Achei interessante e dedici republicá-lo. De alguma forma eu me revisitei nesse texto. Não sou mais aquele que é descrito nele, muita coisa mudou. Minha visão de mundo e minha forma de lidar com as situações estão bem diferentes hoje, mas quem sabe ele não lhe ajude a me conhecer um pouco melhor.


A esfinge
por Aline Alencar


“Não perco tempo com a minha reputação, preocupo-me com a minha consciência. A minha reputação é o que você pensa de mim, a minha consciência é o que realmente sou.”

É assim que se define Jock Dean, 20. Uma pessoa que faz e diz o que sente, sem se importar com pudores ou represálias. Por essas e outras causas traçar seu perfil se torna uma tarefa trabalhosa. Jock é um enigma, uma esfinge, assim como é chamado pelos amigos mais íntimos. E esse é o ponto chave da questão: desvendar os seus pensamentos e anseios.



Em sua personalidade também se mostram certos antagonismos: é ao mesmo tempo chato e divertido, assustador e muito companheiro, alegre e depressivo, irritante e prestativo, louco e carinhoso. É assim que muitos de seus amigos, e até ele mesmo, admite ser. Um anti-herói das histórias e contos que ele tanto gosta de lê como os do Machado de Assis, do qual é fã. Essas e outras demais características peculiares dependem muito da sua vontade e estado de espírito.

Aluno do 4° período de jornalismo na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) é uma pessoa muito inteligente e um tanto quanto ambicioso em relação aos seus objetivos, mas tudo ao seu limite evidentemente. Almeja ser um grande e famoso comunicador no seu futuro que se seguirá após a formatura, como jornalista e/ou escritor.


Um pouco preguiçoso (mas como ele mesmo prefere dizer: adora “evitar a fadiga”), é muito caseiro, sendo o seu quarto o ambiente mais querido, ele revela. Lá ele lê seus livros prediletos, ouve suas músicas (MPB, MPM, Calipso e Forró eletrônico, basicamente), estuda, faz seus trabalhos e escreve seus textos.

Adora novelas e o momento, ele está escrevendo a sua própria novela “As Avassaladoras” (um título provisório, segundo ele). Porém já é uma das inúmeras vezes que ele a reescreve. Jock conta que resolveu que a história giraria em torno das mulheres por achar que com elas tem-se um leque infinitamente maior de possibilidades de histórias a escrever. Porém o seu objetivo ao ainda não ter terminado de escrever é inovar e ir além do clichê das novelas atuais.

Fora a novela, Jock pretende futuramente se dedicar ao projeto da TV Universitária no Maranhão juntamente com os seus amigos de classe. Para ele isso, além de um ponto positivo em seu currículo, servirá de ótima experiência acadêmica e profissional.

Perguntado sobre o que acha do curso de comunicação, ele afirma que é curso com muito potencial, porém com várias carências no quesito estrutura a ser desenvolvidas e se depender dele e dos demais colegas do projeto o curso poderá contar com uma significativa evolução. No mais, é de se observar que a figura de Jock Dean é sim antagônica, porém é de pessoa que busca pelos seus objetivos com paciência e dedicação.

Reservado, Jock realiza seus projetos com eficiência, sem perder todo o instrumento de realização que a juventude pode lhe oferecer. Com um pouco de perspicácia pode-se desvendar algum de seus mistérios e perceber que é sagaz em suas opiniões.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um olhar sobre a Parada Gay

Aconteceu ontem em São Paulo (SP) a 14ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Travestis e Transexuais). Este ano a Parada teve como tema “Vote contra a Homofobia: defenda a Cidadania!”. A manifestação reuniu 3 milhões de pessoas na Avenida Paulista e pregou o voto contra a homofobia. Ao longo do evento, encerrado por volta das 20h30, o repúdio a políticos que são contra os gays se misturou à onda dos que foram à Avenida Paulista e ao centro para badalar, beijar, ver e ser visto.



A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo é um evento de orgulho gay que acontece desde 1997 na Avenida Paulista. Segundo o Guiness Book, a sua edição de 2006 foi considerada a maior parada gay do mundo, baseado em estimativas feitas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, que contabilizou 2,5 milhões de participantes.


Segundo a organização do evento, já em 2004 ela passou a ser a maior marcha deste tipo no mundo. O evento conta com a participação de LGBTs, simpatizantes e pessoas curiosas passando no local. A principal reivindicação contida no evento tem sido o combate à homofobia - tema recorrente desde 2006.

Segundo a SPTuris (empresa estatal de turismo do município de São Paulo), a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo é o evento que atrai mais turistas à cidade, e em todo o país só fica atrás do Carnaval do Rio quando se consideram os turistas internacionais. Pelo menos 400 mil pessoas vêm de todo o Brasil e do exterior. A estimativa é de que o evento cor-de-rosa gere uma receita de até R$ 200 milhões.


Aquendação - Em ano eleitoral, os organizadores da marcha alertaram para a responsabilidade da população na hora de votar. A orientação é que escolham candidatos que defendam políticas públicas a favor da diversidade sexual. Para falar sobre política e homofobia, a organização da parada trocou o colorido do conhecido arco-íris, símbolo das manifestações LGBT, para a predominância das cores preta e branca, em alusão à violência sofrida cotidianamente pelos gays no Brasil. Só no ano passado, 189 homossexuais foram assassinados no país, uma média de um a cada dois dias.


E estima-se que de cada quatro brasileiros, um seja assumidamente homofóbico, aliás, a sociedade brasileira tem muito menos constrangimento em assumir a homofobia que a homossexualidade. Isso se dá por que há uma falta de crítica da sociedade em relação a esse comportamento. Mesmo entre os gays há o que se conhece como “preconceito de classe” e isso também precisa ser combatido e discutido em eventos como a “Parada Paulista”.


Causar - Apesar do tom político do evento, são poucas as pessoas que comparecem à marcha “pela causa”. A maioria dos que estavam por lá tinha o objetivo de se jogar, dançar, beijar. E beijar muito. Havia até quem dava bitocas só para chamar atenção, aparecer em fotos - e não estava nem aí para as pretensões políticas do evento.


Apesar de achar que os homossexuais precisam se impor e não se expor ante a sociedade, esse tipo de comportamento acaba obrigando-a a vê-los, mas lamento que não passe disso. A maioria dos “anti-gays” se limitam a ver-nos e não se dão ao trabalho de refletirem sobre nosso cotidiano.


A distribuição de itens como camisinhas e gel lubrificante é duramente criticada sob a alegação que isto incentiva a promiscuidade no dia-a-dia dos homossexuais. Mas por que não lembrar no Brasil a maior incidência de AIDS está entre os gays jovens com os quais falar sobre sexualidade é ainda mais difícil do que entre os heterossexuais, pois eles sofrem preconceito na escola e, muitas vezes, na família. Isso faz com que baixem a guarda na hora de se prevenir, o que os deixa mais vulneráveis ao HIV.


Vista por alguns com um tiro no pé do Movimento LGBT e por outros como “uma gaiola das loucas”, o evento contribui, sobretudo, para a auto-afirmação dos cidadãos homossexuais. E este é o primeiro passo para a auto-aceitação e posterior busca pelos seus direitos.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Legislação pró-gay na América aumenta a homofobia no continente

O continente americano se divide entre a tolerância e a violência contra gays. Em terras onde estado e religião não conseguem se desvencilhar o progresso chega a passos lentos e dolorosos.
Depois da Europa, o continente americano é o que mais rapidamente caminha na direção do reconhecimento do exercício dos direitos civis dos homossexuais. No entanto o avanço das legislações nas nações americanas faz aumentar o sentimento de homofobia nestes países. Atualmente, 11 dos seus 35 países criminalizam a homossexualidade, a maior parte deles está concentrada na América Central.
A América do Norte é a região do continente onde os gays tem maior liberdade de direitos. O Canadá é o único país da América que reconhece o casamento homossexual em todo o seu território. Em 1999, vários direitos típicos de casais héteros foram estendidos aos homossexuais canadenses e em 28 de junho de 2005, foi aprovada a lei que reconhece o casamento homossexual por todo o território do país. Além disso, desde 1995, a Carta Canadense de Direitos e Liberdades e o Código de Direito Civil de Todas as Cidades e Províncias, desde 1998, criminalizam a homofobia.

Nos Estados Unidos, cada estado possui sua própria legislação quanto ao tema. Alguns estados protegem a diversidade sexual e a identidade de gênero, outros protegem apenas a orientação sexual e outros ainda não protegem em nenhum item. Dos 50 estados da nação, 3 reconhecem a união civil, 10 reconhecem a chamada parceria doméstica. Os únicos Estados dos EUA que permitem o casamento gay são Massachusetts e Connecticut.

No México, O casamento homossexual com direito à adoção foi legalizado pela Assembleia da Cidade do México em 21 de dezembro do ano passado, mas o governo federal, liderado pelo conservador Partido Ação Nacional, impugnou esta lei perante a Suprema Corte, que ainda deve emitir seu parecer e a nova legislação aumentou a homofobia entre os mexicanos.

No Brasil, 2.511 pessoas foram assassinadas por homofobia entre 1980 e 2005; no México, estima-se que tenham sido mil nos últimos nove anos, e 50 na Argentina entre 1989 e 2004. América Latina e Caribe formam a região onde se comete o maior número de crimes homofóbicos no mundo.

América Central - Mas as situações mais críticas foram registradas nos países do Caribe que condenam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, alguns com a pena de morte ou com penas de dez anos de prisão. É o caso da Jamaica. Na Ilha de Santa Lúcia a detenção pode chegar a 25 anos. Na Costa Rica é proibido o casamento homossexual. Em Honduras é proibido também a adoção, desde 2005. Em todos os países onde há punição para a homossexualidade, ela é aplicada somente no caso dos homens.

Nas Antilhas Holandesas, por ser parte integrante da monarquia holandesa, uniões civis e casamentos homossexuais são reconhecidos como válidos. No entanto, não houve ainda a realização de nenhum nas Antilhas Holandesas até o momento. O mesmo ocorre em Aruba, No entanto, o governo local insiste em não reconhecer e o caso está pendente na suprema corte do país.


Cuba – A ilha de Cuba apresenta a pior legislação entre os países americanos. Estima-se que mais de 10 mil gays tenham sido expulsos do país desde que Fidel Castro assumiu o poder. Atualmente, no país, há mais de 700 gays presos por conta de sua sexualidade, outros são multados por serem homossexuais e, pasmem, há uma parcela que é presa preventivamente. Desmunhecou, cadeia.
Segundo o último relatório da fundação "LGBT Reinaldo Arenas", 4 mil homossexuais foram presos ou multados em Havana no ano de 2007 e, em 2008, 3.500. Para 2009 e 2010, ainda não há levantamento, mas segundo Aliomar Janjaque, presidente da fundação "já há mais detenções notificadas neste ano em comparação com o mesmo período do ano passado".
Entre 1960 e 1970, os homossexuais eram enviados para campos de concentração. Cubanos que contraíssem AIDS, até 1993, sofriam segregação. Teoricamente, atos privados de homossexualidade entre adultos não são considerados como crime. No entanto, a proibição com base legal da demonstração pública de afetos é aplicada nos casos de esta ser feita por transexuais, homens afeminados ou em qualquer outra atitude entre indivíduos do mesmo sexo.

América do Sul - Segundo informa um relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais (ILGA), o Brasil é um país onde a homossexualidade é legal desde 1831, o que faz dele o primeiro na América do Sul a não condenar legalmente atos homossexuais, seguido por Paraguai (1880) e Argentina (1887). O Brasil também aparece entre os 10 países no mundo com proibição constitucional da discriminação com base na orientação sexual, mas há algumas controvérsias.


No Brasil, o estado do Rio Grande do Sul, desde 2007, reconhece a união civil entre gays e a cidade de São Paulo, por sua vez, é a única da América do Sul a legalizar a adoção conjunta por casais do mesmo sexo. Mas falta no país uma legislação que implemente e transforme em políticas de Estado os direitos homossexuais. Sobre o Brasil, dedicaremos uma postagem exclusiva em breve.


Na América do Sul, a Guiana é o único país com legislação que criminaliza a homossexualidade, mas apenas a masculina. Homens gays estão sujeitos a pena de 1 a 5 anos de prisão. A Argentina reconhece a união civil entre gays na capital, Buenos Aires e na Província de Rio Negro, além de possuir legislação anti-homofobia. Nos demais países, apesar de não haver punição, não há leis que coíbam a discriminação e garantam o exercício da cidadania.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Os imorais


Os imorais falam de nós, do nosso gosto, nosso encontro, da nossa voz. Os imorais se chocam por nós, por nosso brilho, nosso estilo, nossos lençóis, mas um dia eu sei: a casa cai. E então a moral da história vai estar sempre na glória de fazermos o que nos satisfaz.
(Zélia Duncan)
Infantil, amargo, desumano, preconceituoso, fútil, deslumbrado, fresco, antipático, viadinho, solitário, frustrado, venenoso, metido, mauricinho. Todos esses adjetivos já foram usados por alguém que se referia a mim em algum momento. Nos últimos tempos a lista de definições deste que vos escreve só tem aumentado e eu me pergunto: "por quê"?


Parei para pensar sobre dia desses, afinal, há um ditado que diz: “O povo aumenta, mas não inventa”. Então seria eu tudo aquilo? Decerto que não! Talvez se isso tudo me fosse dito algum tempo atrás eu me incomodaria, mas hoje não, não mais, até por que a maioria daquilo nunca foi dito para mim.


Esse é um dos motivos de eu não me importar com esses comentários. O outro é o fato de tudo aquilo ter sido dito por pessoas mesquinhas e covardes que não têm coragem para dizer na cara o que pensam sobre mim. Preferem comentar entre si com um propositado amadorismo para que tudo acabe chegando aos meus ouvidos.


Isso demonstra que além de tudo não possuem o refinamento necessário para o uso da ironia. Assim, acabam sendo rasteiras como cobras que embora possuam um forte veneno não conseguem passar da altura das nossas pernas, estando sempre alguns níveis abaixo de nós, agindo sempre de onde não podemos vê-los.


Comentam sobre o que não lhes cabe. Seus atos ultrapassam a barreira da maldade e se afogam no poço da mediocridade. Não conhecem minha casa e ainda assim ousam comentar o que se passa dentro dela e sequer tem o interesse de conhecer. Querem apenas poder comentar para que assim continuem a crer na ilusão de que cofiam em si mesmo. Ora, quando se acredita em si mesmo não é necessário destruir as pessoas.

Meus amigos os incomodam. Meus atos os ofendem. Minhas roupas os irritam. Meus hábitos os enfurecem. Se me tornasse seus amigos, talvez ganhasse a glória, mas aí não estaria sendo eu mesmo. Em todo caso, me apontariam, assim como fazem entre si, pois se trata de canibais. Precisam anular o outro, ainda que seja seu amigo, para se sentirem bem.


Enquanto eu quero ser a outra, a cidade continua suja, a agenda desatualizada, minha intimidade circula na internet. Onde eu penso que estou se meus textos chegam tarde demais? Reclamam de mim como se houvesse a possibilidade de me reinventar de novo. Eu não vou renunciar a mim, nenhuma parte. Acho que não tem desgraça maior do que reprimir um desejo e isto eu nunca vou fazer. E só digo o que penso, só faço o que gosto e aquilo que creio.