sábado, 31 de dezembro de 2011

Faltam 13: O chamado


E 2011 já tá começando a dar tchau. Também, a gente não para de reclamar, dizendo que 2012 já pode chegar. Há boatos de que ele está na pior, se sentido preterido. Mas tudo que é bom dura pouco, seu 2011...
Em algumas horas estaremos nos abraçando e comemorando o ano novo, então vamos tratar de fazer esse 2011 valer à pena, galero. Tudo bem que não dá mais tempo de perder aqueles 10kg, mas ainda dá pra dar uns amassos naquele boy, néam? Também não dá para arrumar um emprego, isso é, dependendo das suas habilidades até dá, mas ainda dá para sorrir e muito.
Bem, o importante é terminar 2011 com tudo em cima para começar 2012 cheio de alegrias para ver se assim elas duram os 366 dias. A gente sabe que não vai ser assim, afinal é preciso chuva para que as árvores floresçam, mas sempre dá para arrumar um guarda-chuva, basta ter força de vontade. Então, junta uns amigos queridos, prepara uns bons drink, bota uma música boa e pronto, é só curtir a festa, não importa onde.
Bem, 2011, é preciso dizer adeus. Eu quero muito esses 366 dias novinhos que estão loucos para entrar na minha vida. Tenho planos e muitas perspectivas boas para eles. Aliás, quem não tem?
Por isso, vamos parar de trollar o pobre do 2011. Quem deu deu, quem não deu, agora só ano que vem, que já tá bem pertinho, olha a maravilha. Então, segura no carão, força no picumã e vamos com tudo porque 2012 está vindo aí para a gente A-H-A-Z-A-H!
Bem, como é mais promessa que gente e força de vontade para cumprir, vamos aos finalmentes? A todos os meus queridos amigos, reais, virtuais ou imaginários, boa festa de Réveillon, porque 2012 só será bom se vocês trabalharem para isso todos os dias. Eu aqui fico na torcida e prometo tentar fazer o mesmo. Beijos.

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Ah, tem a música, néam?
Fiquemos com 'O chamado', lançada por Marina Lima em 1993. Acho que é a música propícia para a ocasião.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Faltam 14: A new day has come

Ano passado participei de uma blogagem coletiva e postei aqui meus cinco desejos para 2011 e confessei algumas coisas que fiz ao longo daquele ano. Pois bem, como hoje é o último doa útil do ano, pelo menos para mim, o texto de hoje da minha série especial sobre meus 24 anos será uma compilação dessas duas propostas. Vamos ver quais dos meus cinco desejos eu consegui realizar? E que confissões eu tenho sobre 2011?

O meu primeiro desejo para 2011 era conhecer a @LilahLeitora, coisa que eu consegui, mas não da forma como eu imaginei. Não a conheci pessoalmente, mas à pessoa que ela realmente é.
Em segundo lugar estava conseguir um emprego. Esse eu também realizei. Deixei de ser estagiário para ser integrado de fato à equipe do Jornal O Estado do Maranhão, aliás, não tenho qualquer queixa quanto à minha vida profissional este ano, especialmente neste último bimestre. Há quem pense que eu ando trabalhando demais, eu concordo com isso, às vezes, mas, apesar do cansaço, eu faço aquilo que gosto, então...
O terceiro desejo era aprender a dirigir. Pois bem, esse não rolou. Eu até me matriculei na auto-escola, paguei à vista os R$ 700, mas quem disse que comecei as aulas. Bem, esse vai ficar para 2012.
Bom, como eu não sou de ferro, pedi algumas futilidades também. Um delas foi um IPAD. Outro desejo que não realizei. Na verdade, eu encomendei um tablet, um Sansung Galaxy, que deveria ter chegado este mês, mas ficou para janeiro, ou seja, o presente de Natal virou de aniversário. Então, digamos que assim como o primeiro desejo, esse se realizou, mas de outra forma.
Finalmente pedi DVDs novos. I Am World Tour (Beyoncé), comprado; Taking Chances World Tour The Concert 2010 (Celine Dion), nunca achei nas lojas; Sticky & Sweet Tour (Madonna), comprado; Dentro do mar tem rio (Maria Bethânia), não acho em lugar nenhum; Inclassificáveis (Ney Matogrosso), também não consegui; Samba meu (Maria Rita), achei o preço um pouco desinteressante; Elas cantam Roberto Carlos (Roberto Carlos e cantoras), está todo arranhado de tanto eu assistir; Tecnomacumba Ao Tempo e Ao Vivo (Rita Ribeiro), simplesmente maravilhoso.
E o que eu quero para 2012? Bem, apenas três coisinhas. Sair de casa, o que vai se concretizar até o fim de janeiro; terminar minha graduação, a monografia vai ficar para dezembro, mas deste ano não passa, dou minha palavra de homem; e crescer profissionalmente. Como essas três coisas dependem exclusivamente de mim, 2012 será de ainda mais trabalho pelas bandas de cá.

E no post sobre a mea culpa de 2010 eu confessei que não cumpri nenhuma das minhas promessas para 2010. Prometi tudo de novo para 2011 e agora para 2012. Vamos acompanhar. Disse também que assumi responsabilidades além das minhas possibilidades e que não dei conta da metade. Nisso eu consegui dar um jeito. Dediquei-me a muitas coisas, mas somente o tempo que realmente dispunha para elas. Não sou e nem pretendo ser um super-homem.
Em 2010, eu gastei muito mais que devia, vivendo com o meu limite estourado do cartão de crédito, pois bem, em 2011 não só corte despesas como fiz uma boa poupança. Tudo para a casa nova. E em 2012 será assim também. Todos os gastos na pontinha do lápis.
Outra revelação foi que meu mau-humor diário, na maior parte das vezes, era só tipo para manter afastada gente indesejada. Acho que esse ano eu consegui ser mais afável ou então todas as pessoas que me chamaram de generoso e fofo esse ano estavam mentindo. O fato é que ando me sentindo mais leve.
Contei ainda que fiz a egípcia no maior cinismo pra gente que estava a um palmo de mim e isso eu mantive porque não sou obrigado. Não é maldade, é sobrevivência. Confessei que roubei a revista Contigo! Especial 30 anos de carreira da Madonna do consultório do meu médico. E roubarei quantas vezes for preciso para manter à salvo a memória da Rainha.
Minha irmã saiu de casa, ficou a saudade, persiste a saudade, mas é a vida, néam? A última confissão foi ter me arrependido de ter magoado todas as pessoas que magoei ao longo da vida em nome da minha maldita segurança. Bem, mas quem não comete erros que atire a primeira pedra. O importante é se esforçar para mudar e eu fiz tudo que pude para isso. Acho que está dando certo.
Confissões sobre 2011? Não farei nenhuma. Sou difícil, ambicioso e sei o que eu quero e isso me basta e justifica.
Ah, tem a música do dia, néam? Ontem à noite pensei em publicar ‘Balada do lado sem luz’, do repertório da Bethânia. O dia de hoje começou tenso e eu queria postar ‘Gota d’água’, do Chico Buarque, mas por que celebrar a tristeza? O ano está terminando e, se ele não foi tão bom quanto e gostaria, não foi tão ruim assim. Ele teve momentos bons e ruins, como qualquer ano.
O que importa é que 2012 já está colocando a cabecinha pra dentro, trazendo 366 dias novinhos para nós fazermos diferente, aliás, 2012 terá um dia a mais, então não tem desculpara para não tentar, néam? Por isso hoje ficamos com ‘A new day has come’, de Celine Dion.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Faltam 15: In my arms

Eu poderia escrever um sem número de palavras, mas prefiro que ele mesmo fale sobre si:

“Sabe qual minha vontade? Adotar um menino e uma menina com, no mínimo, 8 anos de idade. Primeiro porque eles sempre sobram no orfanato e também porque  acho que melhor que colocar mais um no mundo pra sofrer, é dar o amor fraterno pra quem já está sofrendo. Vamos nos apoiar, nós que aqui estamos, e não chamar mais gente pra sofrer junto.. Sou contra a concepção. Radical: a gente se liga em você.
Mas sério, estava falando com a mulher do meu primo, a que deu à luz esses dias sobre ter filhos um atrás do outro, mal esperar o que acabou de nascer ficar maduro, e já engravidar. Daí estava falando que acho normal as pessoas querem ter um filho do modo tradicional, do próprio sangue, é digno.
Só que seria interessante, para os casais que querem mais de um, ao invés de fazer outro, adotar. Sinto tanto aperto no coração quando vejo matérias sobre os abrigos lotados, e as crianças que não conseguem lar que me dá vontade de fazer a Jolie e sair adotando loucamente.
Eu vivo imaginando como seria, sabe? Tipo, acho tão mais legal aquele processo de aproximação da criança, de você ir ganhando a confiança e o afeto dela aos poucos, ir construindo, sabe? Sinto muita vontade de passar por isso”.

O cara que me disso isso fez 18 anos ontem.
Claro que o ponto de vista dele vai mudar (ainda que um pouquinho), mas ainda assim é admirável que um adolescente tenha uma cabeça mais preparada que muito adulto por aí. Quando deixamos de sobrepor nossa agenda particular sobre a demanda coletiva, parece que fica mais fácil caminhar entre a multidão. Eu torço por um mundo onde haja mais pessoas como o Guh Alves, meu irmãozinho (virtual) lindo. Feliz aniversário.

A música de hoje não tem muito a ver com qualquer situação que eu tenha vivido. Ela vai fugir à regra da série sobre os meus 24 anos, mas tudo bem, eu só queria lhe dar algo como presente, Well, então aproveito a oportunidade para declarar o meu carinho enorme por esse menino. Ajamos como se fosse o intervalo do vôlei.rs

Bem, como o Guh sabe, um dos meus prazeres é trollar a Gaga, ainda mais para ele, um little monster dos mais fiéis, por isso, claramente não postarei nada da Mother Monster aqui. Então hoje fiquemos ao som da nossa cantora em comum preferida: Kylie Minogue, In my arms.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Faltam 16: The boy is mine

A gente vai viver a vida inteira juntos, mas ele nunca vai se insinuar para mim durante o banho e tão pouco vamos casar ou adotar crianças um com o outro, embora alguns dos nossos maiores desejos sejam nos abraçar e beijar (no rosto) por horas intermináveis, assim como passear despreocupadamente pela praia ao pôr-do-sol, tomando água de coco e falando bobagens.

Mas aviso aos leitores: este homem é meu! E não se trata aqui de um desejo carnal, é amor puro e simples.

Eu gosto de abraçá-lo todas as manhãs, mesmo à distância, para impedir que quem quer que seja lhe faça mal. Eu cuido dele, dou o carinho e a atenção que não dou a mais ninguém. Ele me ensinou a ser humano,  me mostrou como as menores coisas da vida podem ser as mais bonitas, me fez amá-lo, apesar de ser tudo aquilo que eu sempre rejeitei em uma pessoa porque reavaliei a maioria dos meus preconceitos que nos afastariam. Eu o amo porque conheci suas ideias e convicções antes da sua face e até hoje me pergunto o que é mais bonito: seu rosto, seu cérebro ou seu coração. Que bom que minha estupidez não me impediu ver o quanto eu o amo.

Eu não amo muitas pessoas, nem sei amar direito, na verdade, mas esse homem eu amarei até quando não houver mais ar em meus pulmões. Aos homens que ele amar, não se preocupem, meu amor pelo Ricardo não exigirá nada além da certeza que seus olhos castanhos continuam brilhando para o horizonte. Aos homens que eu amar, quem não tem um amor eterno, atire a primeira pedra.

E não faço isso em retribuição. É que quando amamos alguém de verdade não pensamos em outra coisa que não seja nos dedicar a ela de todo coração. Por isso, senhoras e senhores, não ousem tocar neste homem porque ele é meu e eu o defenderei de todas as formas que existirem e, se elas não forem suficientes, criarei outras até ter a certeza que ele está seguro e feliz.

Quero dedicar a música e hoje a você, Marfim. Sei que não é o seu estilo, mas gosto da sensação de saber que coisas tão diferentes podem conviver naturalmente. Esse sentimento eu aprendi com você. Um beijo, meu anjo, fique bem.

Se quiserem saber porque eu o amo tanto, leiam AQUI.

Brandy feat. Mônica, The boy is mine




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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Faltam 17: Pode ser o que for

Poucos cantores e compositores conseguem me traduzir tão profundamente quanto Marina Lima.

Mas eu já dediquei vários posts aqui sobre ela, então cliquem no seu lindo nome e saibam por que ela é tão especial para mim.

A música de hoje é Pode ser o que for, do disco Marina Lima, lançado em 1991. A letra dessa canção traduz bem o que estou sentido agora. Não vejo a hora de 2012 chegar.

E vocês achando que Santa Cher iria dominar essa série especial. rs



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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Faltam 18: A house is not a home

Eu realmente achei que iria passar, mas não.
Desta vez eu simplesmente fingi que não era comigo.
Ignorei de forma quase cínica.
Eu estou cansado demais para lutar.
Eu sei o que precisa ser feito.
Que seja!

Hoje fiquemos ao som de Dionne Warwick, A house is not a home.



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domingo, 25 de dezembro de 2011

Faltam 19: I'm a slave 4 U


Sempre que perguntam a minha idade dizem "nossa, você parece mais novo".

Se eu fosse uma mulher, certamente ficaria lisonjeado com esse comentário, mas a questão nem é essa. É que a maioria das pessoas me veem como um menino e eu já sou um homem.

Mas essa pode apenas ser uma desculpa para eu postar uma música da Britney (ou não). rs

Eu iria postar Let me be, mas hoje ficamos ao som de I'm a slave 4 U, lançada pela princesinha do pop em 2001, seu disco Britney.



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sábado, 24 de dezembro de 2011

Faltam 20: Então, é Natal


Dando sequencia à minha série de posts sobre os meus 24 anos, hoje falaremos do Natal.
Eu e o Natal nunca fomos muito íntimos. Lembro-me que, quando eu era criança, nas atividades da pré-escola, enquanto o Papai Noel dos meus coleguinhas de sala ostentava uma belíssima roupa vermelha, o meu usava azul, verde, amarelo, roxo, da mesma forma minha árvore nunca era um pinheiro verde. Enfim...
Aliás, o Papai Noel nunca me enganou, embora minha mãe jurasse que aquele embrulho que eu achava anualmente após a meia-noite do dia 24 sobre minha cama havia sido deixado pelo Bom Velhinho. Lá estava eu, do alto dos meus 4/5 anos de idade olhando para ela, desembrulhando meu presente e pensando: “aham, Cláudia, senta lá...”.
Com o passar dos anos, a falta de intimidade com a celebração só diminuiu. Antes que me acusem de estar de má-vontade com o Natal, é que eu acredito que o Natal deva ser todo dia. Não precisamos de uma data específica para tratar as pessoas com mais atenção, carinho, afeto, tolerância, para dar presentes. Devemos nos esforçar para sermos assim diariamente. Por que não tentar? Custa dar bom dia ao motorista do ônibus ou chamar o garçom pelo nome?
Pois bem, chega de blá blá blá e vamos ao que interessa. Ano passado eu escrevi uma carta ao Noel pedindo 20 barris de paz dos quais ele me deu dois, mas enfim, por isso este ano decidi não pedir-lhe nada. Na verdade, eu gostaria de agradecer aos presentes que recebi e que jamais pensei em pedir.
Quero agradecer pelos abraços matinais da Thamirys todos os dias quando chego à redação, ao oferecimento da Yane em dividir um AP comigo mesmo sabendo que não faz o menor sentido ela sair de casa agora, à Aline por sempre estar disposta a dar trela às minhas maluquices (amiga, tocou ‘Segura o Tchan’ na boate ontem e não tinha ninguém para dançar comigo e não vem com história que eu sei que você toparia. rs), tem o Miguel, o maior chato de todos os tempos, mas que tem a incrível capacidade de me fazer gostar dele, Geylson e sua preocupação a minha mudança. O Phillip e o cuidado em saber se o "o novo" cara serve para mim. O Ricardo Marfim, que me ama, sem mais ou porquês.
Tem ainda a Ana que sempre puxa minhas orelhas para fazer de mim um jornalista melhor, a Silvia que não se esquece de elogiar uma matéria realmente interessante que eu faço e a Paula que nesse Natal ficou na dúvida entre me dar uma camisa ou um utensílio doméstico. E o Diogo, que apostou que eu poderia escrever sobre música, quando eu mesmo ainda duvido disso. E tem gente da qual a nós simplesmente gostamos sem saber explicar por que, como o Daniel.
Tem a Nice, minha amiga desde os 8 anos, que, faça chuva ou faça sol, nunca esquece de vir à minha casa me dar um abraço no dia do meu aniversário. Tem o Adriano, que me faz sentir saudades dele e ter a certeza que mesmo que fiquemos anos sem nos falar, a amizade permanece a mesma. O Hilton e nossa amizade construída. O Diego me faz querer cuidar dele. O Will inspirou o melhor texto que eu já postei aqui. O Jefferson eu vivo gongando, mas ele me ama mesmo assim e eu a ele.
Tem a Patrícia, que me ofereceu os préstimos da sua igreja quando eu lhe disse que sou gay, mas nem por isso deixou de ser especial para mim. Amigos só querem o nosso bem. A Alessandra não me ofereceu sua igreja, mas seu abraço. O Léo é meu exemplo de homem a seguir. Justo, honesto, amoroso. Tem o Willame, com quem eu sou rude quase sempre, mas é só por que eu tenho um jeito estúpido de amar. Tem a Fannili, de cuja cara eu jamais sorri. Juro. rs Tem o Renato que é um doce de homem.
Tem o Pedro que despertou em mim algum tipo de sentimento paterno reprimido, assim como o Guilherme. O Guh que me mostrou que irmãos não são ligados apenas pelo sangue. Ai de quem fizer mal ao meu maninho. O Gil provocou uma rachadura incorrigível na minha armadura, fazendo-a cair. O Tiago e suas preciosas lições sobre como ser mais com menos. O Riba e o privilégio de tê-lo me paquerando. O Marco a honra de ser digno do seu afeto e admiração. O Ademário e o suas palavras quentes ao pé do meu ouvido. O Ewerton e toda a sua doçura comigo. O Ricardo Moreno que me dá o prazer de ajudá-lo sem saber que na verdade ele é que está ajudando a mim.
Quero mandar um salve especial ao Thiago, ao William, ao Marcos e ao Marcelo, esses queridos que a internet colocou na minha vida, que me dão um sopro de halls preta quando eu acho que nosso destino são as fluorescentes da Paulista. O Thiago já me deu o prazer da sua companhia, agora espero poder ir a Sampa e Jampa até o próximo Natal. ^^
E como não dizer obrigado à Terlla, ao Robson, ao Caco, ao Átila, ao Murilo, ao Xandy, ao menino Ab, ao Bruno, ao Rikewill, à Mara, à Lola, à Wash, à Vivi, à Norminha, à Roberta, à à Fernanda, à Lilian, à Patrícia, à Telma, à Kris, à Cristina, ao Gabriel, ao Marcelinho, ao Caesar, ao Raniery, à Karina e ao Lucas?
Talvez eu esteja sendo injusto, citando alguns, quando eu poderia escrever mais outras dezenas de nomes, mas esses foram os mais presentes neste 2011 aos quais eu quero agradecer especialmente por me ajudarem, de alguma forma, ainda que mínima, a chegar muito mais homem aos meus 24 anos que se completarão no próximo dia 13. Aos que eu não citei, sem dramas, o bem atrai o bem.
Se preocupar (ou não)  com um menino que, diz-se, nasceu sabe-se lá onde e há quanto tempo não é bom ou ruim, o problema é quase todos nós esquecemo-nos de dar atenção ao menino que nasce dentro de cada um de nós todo dia 1º de dezembro e que, na maioria das pessoas, morre prematuramente todo dia 1º de janeiro.
Ah, falta a música, néam? Será que ele achou mesmo que eu iria esquecer de citar o nome dele? Bem, como é Natal a música de hoje será temática, mas não se preocupem, apesar do título do post, não será Simone. A música de hoje vai com um beijo para o Eduardo Marcondes, esse lindinho. Obrigado a você também. No Natal, que eu acabei de decretar que será comemorado todos dos dias, tudo o que eu quero são pessoas que venham para somar.




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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Faltam 21: Casa e jardim

Hoje faz exatamente três meses que faço terapia. Que a faço de verdade. Não foi fácil. Precisei encarar meus medos de frente, mas, principalmente, quebrar alguns preconceitos com relação à psicoterapia.

Eu deveria ter começado há anos, há 5 anos, quando fiquei com a cabeça uma bagunça por causa da pressão do vestibular, do trabalho, da família, da minha homossexualidade reprimida. Um caos. Pensei em desistir várias vezes...

Fiquei todo esse tempo enrolando. Ia, não ia. Fui! Estava mais acuado que rato, mas ainda bem que fui. Eu realmente vejo as coisas com mais clareza agora, aprendi a lidar melhor com determinadas situações, em especial as que me deixavam péssimo. Até minha saúde física melhorou. Nada de dores ou febres inexplicáveis.

Nestas duas últimas semanas do ano não terei sessão. A Márcia, minha terapeuta, está de recesso. Tudo bem. Eu consigo caminhar sem as muletas. Adquiri um novo hábito. Quando não está sendo fácil, paro e escrevo tudo o que se passa em minha cabeça. Ajuda a organizar as idéias, mas nos últimos tempos não têm sido difícil.

Não sei quanto tempo mais terei de continuar com as sessões. A Márcia disse que já podemos começar a falar em alta, então vamos acompanhar.

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Enquanto isso, fiquemos com a excelente Casa e Jardim, lançada por Marina Lima no seu disco Abrigo (1995). Após a morte do pai, em 1993, a cantora entrou em depressão. Parou de compor, cancelou todos os shows e só retornou aos palcos em 2000, com o excelente show e disco Síssi na sua.

Abrigo foi o primeiro disco dos três lançados por Marina nesse período em função do seu contrato com a gravadora EMI. Ele é também o único trabalho em que ela não assina nenhuma das faixas. Marina veio apenas como intéprete das canções, buscando abrigo para a sua dor nas palavras alheias, produzindo um dos mais sofisiticados e conceituais álbuns da sua carreira.
 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Faltam 22: Grávida

Ana precisava ir embora, mas ainda não tinha condições. Ela estava enjoada. Aquele cheiro forte e gosto salgado ainda estavam em sua pele. Ela sentia-se perdida, mal sabia o que havia acontecido, onde estava ao certo ou porque fora parar ali.

Ela saiu da cozinha e andou pelo apartamento. Recolheu todas as suas coisas jogadas pelo chão dos cômodos e trancou-se no banheiro. “Preciso de um banho”, pensou. O chuveiro vertia sobre sua cabeça. Seus cabelos foram aos poucos se soltando. A água corria veloz por seu corpo, enquanto ela ensaboava cuidadosamente suas curvas, como quem (re)descobrisse a si mesmo. Quase um ritual.

As marcas em seu corpo aguçavam sua memória. A noite anterior não fora uma noite típica na sua vida. E não havia sido divertida. Não era seu hábito, mas os últimos tempos não foram como ela gostaria, ela estava confusa. “Culpa minha, do outro, dos outros?”. Ela precisava sentir-se pulsante novamente, então saiu de casa. Era quase tudo o que se lembrava.

Junto com a água fria do banho – “isto ajuda a despertar”, acredita – suas lágrimas corriam por seu rosto. “É uma forma de me expurgar”, dizia a si mesmo. Assim ela permaneceu por longos minutos até fechar o chuveiro.

Ela pôs-se em frente ao espelho. Seus olhos vermelhos, inchados. “Foi o banho, as lágrimas, a noite mal dormida?”. Seus olhos castanhos, doces, pacíficos, amorosos, continuavam lá. Ela viu-se no fundo deles e sorriu.

Então colocou as mãos sobre o ventre. Ontem realmente não tinha sido o melhor dos seus dias, mas os meses que o antecederam lhe deram aconchegante fruto. Ela não sabia onde estava, mas sabia para onde precisava ir, para seu lar. Ela ficou sentindo aquela sensação por mais uns minutos, então se vestiu, mas não secou ou penteou os cabelos. Preferiu deixar que eles moldassem-se ao vento.

Quer saber onde começa a história de Ana? Pergunte ao Marfim Mosac.

O ano é 1991 e Marina agora é Lima e também não é mais a diva pop que dominava as rádios brasileiras. Inquieta, ela queria algo novo e o álbum que lançou neste ano, Marina Lima, deixa isso claro logo na primeira faixa, Grávida, a canção que ouviremos hoje. O disco é um grande sim da cantora para a vida. Nada de rótulos ou bandeiras, apenas o ar entrando e saindo dos pulmões. No seu primeiro trabalho dos anos 1990, a cantora busca a maturidade e encara o medo de entregar-se, mas ela sabia que quando o sol se dilata-se ela teria que dar a luz.



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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Faltam 23: Compasso

Respire!
Grite!
Corra!
Tenha pressa!
Aja!
Mude!
Desafie-se!
Supere-se!
Vença-se!

Em 2007, Ângela Ro Ro lançou o álbum Compasso. A canção-título foi o maior êxito do disco. A letra da música, composta por Ro Ro, fala muito sobre a vida dela, pincipalmente o fato de ter largado as drogas, o alcool e a nicotina! Se antes a chamavam de animal ela responde "é o que fez meu animal ser gente", se antes diziam que ela era agressiva, ela responde " é meu compasso mais civilizado, e controlado!"
 
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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Faltam 24: Iansã


Eu não sou um homem religioso, mas se o fosse, com certeza seria da Umbanda ou do Candomblé. Eu tenho muita simpatia pelas religiões afro. Gosto da filosofia inclusiva e democrática que percebo nelas. A história de hoje tem a ver com isso.
Minha família tem ligações com o candomblé. Minha avó materna era praticante. Embora ela tenha de afastado há anos dos terreiros, ainda hoje ela possui as vestes e colares que usava durante os cultos e vez ou outra ela entoa os cânticos típicos dos cultos.
Quando eu tinha quatro anos de idade, ela me levou ao terreiro do qual participava. Chegando lá, o babalorixá que comandava o local lhe disse que eu morreria dali a quatro anos. Seguiu-se, então, uma discussão entre os dois. Minha avó pedindo que ele me livrasse da sina e ele retrucando que já estava traçado.
Aos oito anos eu fui atropelado a caminho da escola e qual foi a primeira coisa da qual a família inteira lembrou? Do episódio ocorrido quatro anos antes. Como você já devem ter percebido, eu não morri. Passei três dias internado, tenho algumas sequelas do acidente, mas nada que tenha atrapalhado, de fato, minha vida.
Daí que ano passado, durante uma matéria sobre previsões para o Ano Novo, quando eu precisei entrevistar um Pai de Santo para saber o que os orixás reservavam para 2011, fiquei sabendo que meu orixá de cabeça é Iansã. Ele me disse assim que botou os olhos em cima de mim. O mais interessante é que dos 12 orixás mais cultuados pelo Candomblé brasileiro, é por Oyá que eu nutro maior simpatia.
Por isso, a música de hoje é Iansã, gravação da Rita Ribeiro para o CD e DVD Tecnomacumba. Na versão do DVD, Rita divide os vocais com Maria Bethânia a quem Jorge Amado chamava de Orixá Vivo. A propósito, Bethânia também é de Oyá. 

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Faltam 25: Taking chances

- Você topa brincadeira na cam? Pra matar saudade.
- Prefiro matar a saudade pessoalmente.
- Esses dias não dá.
- Nenhum dá, na verdade.
- E então?
- Quando nossas agendas coincidirem a gente mata a saudade.

Hoje ficamos com o som de Céline Dion que gravou Taking chances em 2007.

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domingo, 18 de dezembro de 2011

Faltem 26: Calypsooooo!!!

E vamos continuando a contagem regressiva sobre o meu inferno astral?
Pois bem, hoje vamos falar sobre uma das minhas primeiras paixões verdadeiras: a banda Calypso. Sim, queridos, eu  adoro Joelmão e companhia.
Tudo começou nos idos de 2001 quando casualmente eu ouvi o seguinte verso no rádio:"Selma nas estrelas, Selma ns estrelas, Selma nas estrelas".Que tempos depois eu descobri se tratar, na verdade, de "se amar nas estrelas", mas enfim...Eu tinha 13 anos, então.
Eles haviam lançado seu segundo disco. Um álbum gravado ao vivo em Recife (PE), cidade na qual se radicaram logo após lançar o primeiro CD, em 1999, na cidade de Belém (PA), de onde a banda é.
De imediato, o que me encantou na banda foi o ritmo diferente.Era altamente dançante, mas não era forró. Tinha um quê popular, às vezes, folclórico. Não sei bem ao certo em que programa de televisão os vi pela primeira vez. Mas quando olhei aquela loira vestida de forma carnavalesca e dançando loucamente: paixão!
Eles eram perfeitos para mim. Joelma era loira, mas como uma anti-musa. Nada de sensualidade e fascínio. Péssima cantora, dançarina razoável, coreógrafa regular, figurinista de gosto duvidoso, mas que, no conjunto da obra, achava uma harmônia deliciosa que fazia toda aquela “breguice” parecer natural.
O primeiro show em que fui, 2003, está na galeria dos melhores show da minha vida. A banda na sua melhor fase. Tudo soava ainda tão amador, mas nem por isso o espetáculo deixava de ser grandioso. Mais de duas horas de show, Joelma usando até seis figurinos por noite, botas de salto altíssimos, cabelo jogado freneticamente para todos os lados e um rebolado espontâneo, mas que cuidava para não ser vulgar. Definitivamente, a Calypso teve muito mais representatividade na minha adolescência que qualquer boy ou girl band. Desculpe-me, Britney Spears.
Esse gosto me acompanhou até a universidade. O toque do meu celular era uma música da banda, assim como o meu wallpaper. E a cara dos intelectuais (ou intelectualóides) em relação à minha baixa-cultura? Não ligava para isso à época e muito menos hoje.
É bem verdade que ouço bem menos o Calypso que naquela época, mas é normal. Agreguei outros artistas e valores à minha cultura musical, porém mantenho muito bem guardados todos os CDs e DVDs que comprei da banda aos quais recorro vez ou outra.
Diferente de uma série de outros artistas populares, eles nunca se renderam aos modismos, nem mesmo àqueles que surgiram em seu estado natal. Desafio alguém a achar uma faixa de tecnobrega na discografia da banda, que conta atualmente com 20 álbuns, entre coletâneas, ao vivos e estúdios.
Da sua salada musical, que misturava calipso, lambada, salsa, merengue, carimbó, siriá, iêiêiê, folk, gypsi, bolero, reggae e outros ritmos, resulta um som peculiar, que nem mesmo as bandas do gênero surgidas à mesma época conseguiam imitar.
Talvez por que, além de vender discos, Joelma e Chimbinha colocassem altas doses preocupações pessoais em seus discos. Em suas canções, festas, encontros, desencontros, romances e até gospel, mas nada do “beber, cair, levantar” que dominava as rádios da época. Em seus figurinos, roupas justas e curtas, mas sem calcinhas à mostra. A justificativa? Seus shows eram para a família, definia Joelma.
Isso tudo conferiu a eles uma certa independência no mercado fonográfico nacional, o qual, aliás, eles suverteram, chegando às paradas de sucesso sem ter nenhuma gravadora por trás. Tudo foi fruto da cabeça da dupla Joelma e Chimbinha, fórmula que seguem até hoje. Ousaria dizer que eles fizeram uma nova revolução na música pop nacional.
É por essa razão que o dia de hoje será ao som de Dançando Calypso, mais conhecido como Cavalo manco. A canção é do primeiro disco da banda, lançado em 1999, e é o maior clássico da sua carreira. Um hino. A versão que compartilho é a do primeiro DVD da banda, lançado em 2004.

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sábado, 17 de dezembro de 2011

Faltam 27: Erotica

Aconteceu em números ímpares.
Já foi com o oposto.
Alguns locais eram públicos.
Algumas pessoas sequer tinham nome.
Às vezes maestro, às vezes músico.
Com objetos, com dor, com pudor.
Em família...
Sozinho.
Nada demais, desejos apenas.
Mas as melhores, as mais extremas, as mais reais foram a dois.

Os clipes de Madonna não podem ser incorporados (¬¬), então, cliquem no link abaixo para curtirem o som da Rainha do Pop.


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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Faltam 28: My man

A música diz tudo.
Algumas coisas nunca mudam.
Vieram outras pessoas.
Novas histórias continuarão acontecendo.
Mas sempre haverá esse mal-vivido caso de amor.

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My man - (Barbra Streisand, 1968, número final do musical Funny Girl)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Projeto prevê plebiscito sobre união civil homossexual

Tramita na Câmara o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 232/11, do deputado André Zacharow (PMDB-PR), que prevê a convocação de plebiscito nacional sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Conforme a proposta, nas eleições seguintes à aprovação do PDC (em 2012 ou 2014), os eleitores deverão responder à seguinte pergunta: “Você é a favor ou contra a união civil de pessoas do mesmo sexo?”.

O resultado do plebiscito, conforme a proposta, servirá de base para a aprovação imediata de uma lei que vai liberar ou proibir esse tipo de união.

Em maio deste ano, a união entre pessoas do mesmo sexo foi reconhecida legalmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão unânime. Com isso, passaram a ser aplicadas a esse tipo de relação as mesmas regras da união estável heterossexual, previstas no Código Civil.

Zacharow argumenta que se trata de uma questão polêmica, que tem suscitado violência verbal e física. Para ele, a consulta popular é a única forma de acalmar os ânimos. “Todos deverão se curvar a vontade nacional a ser expressa no resultado do plebiscito”, disse.

A proposta será analisada pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, seguirá para o Plenário.

A íntegra do projeto você encontra aqui.

No final da matéria, no lado direito da página, tem uma enquete onde você pode manifestar sua opinião sobre o assunto. Não custa nada votar contra, não é mesmo, afinal, isso é uma intromissão na vida privada de uma pessoa motivada exclusivamente por uma questão moral. Em que o fato de eu me relacionar com outro homem afeta (negativamente, sobretudo) a vida de quem quer que seja?


Fonte: Agência Câmara de Notícias

Faltam 29: Dois elefantes


Melhor amigo

Colega de curso

Policial

Enfermeiro

Mauricinho

Professor

Arquiteto

Poeta

Jornalista

Jornalista


Estamos no último ano da década de 1980, 1989 (eu tinha então 1 ano de vida). A década de Marina. Foi aqui que ela “aconteceu”. Dez anos antes, quando ela lançava seu primeiro álbum – Simples como o fogo (1979) -, Marina queria fazer um trabalho que fosse distinto de tudo que se ouvia àquela época. E conseguiu. Só que inquieta do jeito que é, após ter atingido o seu ponto ideal, achou que ainda não tinha feito o bastante.

Assim, já consagrada como a maior cantora dos anos 1980, símbolo de canções autorais e de novas sonoridades, Marina lança em 1987 o LP Virgem com o refinamento indispensável a uma pessoa que analisa profundamente o sucesso e o que havia feito até ali. Agora é tempo de planejar o futuro.

O álbum Próxima parada, oitavo de estúdio e nono da carreira da cantora, lançado em 1989, trouxe uma direção calma em suas canções. Este foi o primeiro trabalho em que ela participou da produção e que não veio com uma foto sua estampada na capa. Em vez de seu rosto, fotos em preto e branco, de Walter Firmo, de automóveis em trânsito, um avião decolando, numa colagem do artista plástico Luciano Figueiredo. Mais uma forma da cantora afirmar que queria ser reconhecida pela sua arte e não pela sua imagem.

Esse disco marca ainda outra característica de Marina: o romantismo “cool”. Sem exageros, mas tudo com muita urbanicidade e realismo. Nesse disco, Marina (ainda sem o Lima) regravou Os Paralamas do Sucesso, cantando os amores impossíveis em “Dois elefantes”: seu rosto em meu rosto rindo; dois elefantes no fundo do mar.

Próxima parada é um disco mais conceitual. Marina vinha de dois grandes sucessos e fez um trabalho de transição no qual revê sua posição diante da mídia e do público. Nesse sentido, o LP reafirma sua relação com a música, dando mais uma guinada em sua carreira, refletida no apurado resultado do Próxima Parada onde se mesclam blues, rocks e as recriações de grandes clássicos, uma das marcas registradas da artista que, antenada com seu tempo e, junto com o mentor e parceiro Antonio Cícero, realizou um disco híbrido feito do presente e do futuro.

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Dois elefantes - Marina Lima (Próxima Parada, 1989)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Faltam 30: Ajuste para voar

O parto da girafa é feito com ela em pé, de modo que a primeira coisa que acontece com o recém-nascido é uma queda de aproximadamente dois metros. Ainda tonto, o animal tenta firmar-se nas quatro patas, mas a mãe tem um compromisso estranho; ela dá um leve chute, e a girafinha cai de novo ao solo. Tenta levantar-se, e é de novo derrubada. O processo se repete várias vezes, até que o recém-nascido, exausto, já não consegue mais ficar de pé. Neste momento, a mãe novamente o instiga com a pata a levantar-se. E já não o derruba mais. A explicação é simples: para sobreviver aos animais, é preciso levantar-se rápido.

É, a vida de uma girafa já começa complicada. Um mero descuido, um erro milimétrico e o salto para a vida pode tornar-se uma queda para a morte. Mas a natureza não costuma falhar, não é mesmo? E o que eu quero dizer com o parto da girafa? A vida é uma sucessão de desafios. Dormir à noite é o maior deles. Acordamos pela manhã e a única certeza que temos é que vamos sair de casa. A cidade é a nossa selva e tal qual a girafinha precisamos estar prontos para vencer os predadores.

Quando chega o fim do ano ficamos com aquela sensação de que não fizemos tudo que deveríamos. Que poderia ter sido mais e melhor. Oras, estamos onde temos que estar. Não adianta chorar sobre o leite derramado, então vamos pensar em como ordenhar melhor a próxima vaca ou em como fazer do ano novo um ano melhor.

Para além do clichê, 2012 será um ano diferente, cheio de novidades. De fato, será um novo começo e enquanto dezembro não nos dá tchau, estou aqui ajustando minhas asas para os novos voos. Vocês pensaram mesmo que eu não incluiria nenhuma música de Santa Cher na minha trilha particular?

Em 1992, Cher se reclusou por algum tempo, seguindo o que foi amplamente divulgado como um caso do vírus Epstein-Barr ou Síndrome da Fadiga Crônica. Em outras palavras, Cher sucumbiu ao próprio estrelato. Trabalhou tanto que não resistiu. Então, a cantora, que desde os anos 1970 tinha sua vida devassada pela imprensa mundial praticamente não fez aparições públicas até 1998.

Em vez disso, enclausurou-se por um ano em um castelo medieval francês (p-o-d-e-r-o-s-a) e refletiu sobre os caminhos que havia tomado e os que deveria seguir. Durante sua estadia na França, escreveu diversas canções que, em 2000, compuseram o álbum de rock alternativo Not.com.mercial onde a cantora expunha suas dores de forma sofisticada. Recusado por sua gravadora, que alegou não ver potencial de vendas no disco (daí o nome), Cher o lançou de forma independente em seu site. Fit to fly (Ajuste para voar) despontou como a principal canção do disco.

Mesmo tendo lançado outros discos entre 1992 e 1998, dentre eles o maior sucesso dos seus 45 anos de carreira, Believe, Cher fez do seu disco não-comercial uma espécie de girafa. Já que a ideia dessa série de posts é passar a limpo os 23 para chegar bem nos 24, vamos ajustar os controles antes de decolar?

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Fit to fly - Cher (Not.com.mercial, 2000)


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Faltam 31: Se não existisse o sol

Hoje, dia 13 de dezembro, segundo a Astrologia, começou o meu Inferno Astral. Esse período tem início exatamente um mês antes da data do seu aniversário, portanto, anotem logo aí, 13 de janeiro eu tô fazendo 24 anos (ai como eu amo essa idade. rs).

Apesar de algumas discordâncias entre os astrólogos, esse é um período muito conturbado da nossa vida astral motivado pela proximidade do início de um novo ciclo solar (ano) na nossa vida e como todo começo é meio complicado a gente ficaria inseguro, apreensivo, ansioso, etc e tal.

Mas como eu não sou tããão ligado assim a questões místicas, vou usar esse fato como desculpa para falar de mim mais uma vez. Por isso, hoje começo uma série especial sobre o meu anivers, não que isso interesse a muita gente, mas, né? E como 2012 será o ano dos capricornianos, meu signo solar, o que que custa, néam?

Pois bem, como eu amo música, cada dia postarei uma canção e farei um breve comentário (porque não posso sair por aí contando minha vida inteira, néam?). São canções que marcaram uma época ou me fazem lembrar de outra ou que apenas representem algo sobre mim ou que vivi. Vez ou outra posso citar alguém, mas vamos parar de falação e ir ao que interessa?

Bem, no domingo, dia 11, eu estava conversando com a minha mãe e perguntei a ela que música eu gostava de ouvir quando era bem criança. Ela me respondeu que eu adorava toadas de bumba meu boi. Segundo mamãe, eu, do alto dos meus dois anos de idade, dançava tal qual os brincantes. Então, vamos começar com uma lembrança de infância? Tenho várias todas das quais gosto muito: Bela mocidade, Boi de Lágrimas...

Mas hoje vou postar Se não existisse o sol que na minha humilde opinião é umas das mais representativas composições da maior festa popular do Maranhão. Há outras um tanto mais bonitas, mas eu gosto dessa pela simplicidade da letra e pela multiplicidade de interpretações que ela me suscita. 

Durante toda a minha infância, o São João era um dos meus períodos festivos preferidos do ano. O colorido das indumentárias, o som das matracas e dos pandeirões, o balançar das índias e vaqueiros. Tudo isso me encantava sobremaneira. Nunca aprendi a tocar matracas (01 tristeza) e a dança também não é dos meus fortes, embora na escola eu sempre saísse na quadrilha, nunca como o noivo, corria desse papel...rs

Para quem é maranhense e, assim como eu, adora o São João, apesar de nos últimos tempos ele me ser mais trabalho que diversão, empunhem suas matracas e curtam o batalhão pesado da Maioba. Para quem não conhece, vocês não sabem o que estão perdendo. rs

E com isso declaro aberta a série 30 canções, 24 anos.

Se não existisse o sol - Bumba Meu Boi da Maioba

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Nem tão iguais assim

Estamos vivendo mais um daqueles momentos limites da luta dos LGBT pelo reconhecimento dos nossos direitos civis. Um novo texto para a PLC 122 está para ser aprovado no Senado e se isso acontecer, os avanços que conquistamos irão pelo ralo e teremos que começar do zero. Trabalho de Hércules, meus irmãos. Precisamos gritar pelo #PCL122deVerdade.

Esse texto é antigo. Foi publicado originalmente no blog “Mãe, Sou Gay!”, que não é atualizado desde fevereiro deste ano, mas o seu conteúdo, que é excelente, continua disponível. Recomendo aos que não o conhecem que leiam seu conteúdo. Por isso, diante da situação que estamos vivendo, sugiro que nos cerquemos do máximo possível de argumentos fundamentados sobre a questão, reflitamos sobre ela e decidamos aquilo que realmente queremos.

por Lilah Bianchi

Experimente conversar com um opositor da PLC122 por 10 minutos. Se ele for do tipo papagaio, que repete o que escuta, sem pensar no conteúdo, ele vai citar o artigo 5º da Constituição Federal como o motivo pelo qual a PLC é desnecessária. E o que diz o artigo 5º da Constituição?

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade

Alegam os detratores da PLC122/06 que o presente artigo da Constituição já garante igualdade de direitos e que, sendo assim, o que querem os homossexuais é um benefício que os coloca acima de qualquer outro cidadão desse país. Seria uma forma de ditadura gay, uma homolatria, a criação de um grupo imune a qualquer lei e superprotegido pelo Estado.

No entanto esse argumento pode ser derrubado facilmente só com um pouco de análise. Primeiro que, atualmente, esse artigo da Constituição não é respeitado no que tange aos cidadãos LGBTs do Brasil. Num claro descumprimento do principal artigo da Carta, LGBTs tem 78 direitos negados. SETENTA E OITO direitos que são garantidos a heterossexuais e negados a homossexuais. Só isso, apenas esse fato, já garantiria a URGÊNCIA da aprovação da lei.

Se você ainda não se convenceu mesmo com esse flagrante de desrespeito, vamos então fazer uma pequena comparação. Negros também são protegidos por esse mesmo artigo. Correto? Você negaria que existe racismo no Brasil e que foi necessário um Estatuto da Igualdade Racial para que leis mais severas fossem feitas e cumpridas? E quanto aos deficientes Físicos? Eles também se encontram protegidos por esse mesmo artigo 5°. Mesmo assim foi preciso a aprovação de leis de incentivo fiscal e de reservas de vagas em concursos públicos para a inserção dessa camada da população no mercado de trabalho. Por que eram vítimas de discriminação.

E o Estatuto do Idoso? Por que leis que previnam a discriminação desse grupo, se eles também estão protegidos pelo artigo 5°? E o Estatuto da Criança e do Adolescente? E a Lei Maria da Penha? Por que criar uma lei que torna a agressão a mulher um crime em separado da agressão pura e simples? Não seria então uma ditadura feminista?

Todas essas leis têm um ponto em comum: elas foram criadas para dar proteção a grupos minoritários ou socialmente mais frágeis. Um país com 300 anos de escravidão e quase um centenário de preconceito étnico não ia se tornar uma democracia racial só por que o artigo 5º diz isso. Uma sociedade machista, onde por milênios a mulher foi vista como propriedade e trancafiada em casa, não ia mudar só por que a Constituição diz isso. É dever do Estado garantir proteção a quem não tem como se proteger.

É uma falácia dizer que somos todos iguais nesse país. Não somos. E outra falácia confundir igualdade com justiça. Não existe justiça em tratar igual o que é diferente. Quando você cria uma escada em um prédio e diz que todos devem subir por ali, isso pode ser igualdade, uma vez que o caminho é o mesmo para todos. Mas não é justiça. Por que crianças, idosos e deficientes talvez não possam subir. Garantir a esses grupos elevadores ou rampas, não é dar mordomia, não é criar uma ditadura idosa, é garantir justiça.

A PLC122/06 não é uma lei para colocar homossexuais acima do resto dos cidadãos. É para garantir que eles estejam no mesmo lugar e punir quem ainda acredita que eles são cidadãos de segunda classe. É para garantir o fiel cumprimento do artigo 5º da Constituição, assim como a Lei Maria da Penha, o Estatuto da Igualdade Racial ou o Estatuto do Idoso. Ela não vai mudar os seus direitos como cidadão brasileiro heterossexual. Só vai garantir a igualdade que tanto se apregoa, sem existir.

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