Eu não sou um homem religioso, mas se o fosse, com certeza seria da Umbanda ou do Candomblé. Eu tenho muita simpatia pelas religiões afro. Gosto da filosofia inclusiva e democrática que percebo nelas. A história de hoje tem a ver com isso.
Minha família tem ligações com o candomblé. Minha avó materna era praticante. Embora ela tenha de afastado há anos dos terreiros, ainda hoje ela possui as vestes e colares que usava durante os cultos e vez ou outra ela entoa os cânticos típicos dos cultos.
Quando eu tinha quatro anos de idade, ela me levou ao terreiro do qual participava. Chegando lá, o babalorixá que comandava o local lhe disse que eu morreria dali a quatro anos. Seguiu-se, então, uma discussão entre os dois. Minha avó pedindo que ele me livrasse da sina e ele retrucando que já estava traçado.
Aos oito anos eu fui atropelado a caminho da escola e qual foi a primeira coisa da qual a família inteira lembrou? Do episódio ocorrido quatro anos antes. Como você já devem ter percebido, eu não morri. Passei três dias internado, tenho algumas sequelas do acidente, mas nada que tenha atrapalhado, de fato, minha vida.
Daí que ano passado, durante uma matéria sobre previsões para o Ano Novo, quando eu precisei entrevistar um Pai de Santo para saber o que os orixás reservavam para 2011, fiquei sabendo que meu orixá de cabeça é Iansã. Ele me disse assim que botou os olhos em cima de mim. O mais interessante é que dos 12 orixás mais cultuados pelo Candomblé brasileiro, é por Oyá que eu nutro maior simpatia.
Por isso, a música de hoje é Iansã, gravação da Rita Ribeiro para o CD e DVD Tecnomacumba. Na versão do DVD, Rita divide os vocais com Maria Bethânia a quem Jorge Amado chamava de Orixá Vivo. A propósito, Bethânia também é de Oyá.
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