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Estamos no último ano da década de 1980, 1989 (eu tinha então 1 ano de vida). A década de Marina. Foi aqui que ela “aconteceu”. Dez anos antes, quando ela lançava seu primeiro álbum – Simples como o fogo (1979) -, Marina queria fazer um trabalho que fosse distinto de tudo que se ouvia àquela época. E conseguiu. Só que inquieta do jeito que é, após ter atingido o seu ponto ideal, achou que ainda não tinha feito o bastante.
Assim, já consagrada como a maior cantora dos anos 1980, símbolo de canções autorais e de novas sonoridades, Marina lança em 1987 o LP Virgem com o refinamento indispensável a uma pessoa que analisa profundamente o sucesso e o que havia feito até ali. Agora é tempo de planejar o futuro.
O álbum Próxima parada, oitavo de estúdio e nono da carreira da cantora, lançado em 1989, trouxe uma direção calma em suas canções. Este foi o primeiro trabalho em que ela participou da produção e que não veio com uma foto sua estampada na capa. Em vez de seu rosto, fotos em preto e branco, de Walter Firmo, de automóveis em trânsito, um avião decolando, numa colagem do artista plástico Luciano Figueiredo. Mais uma forma da cantora afirmar que queria ser reconhecida pela sua arte e não pela sua imagem.
Esse disco marca ainda outra característica de Marina: o romantismo “cool”. Sem exageros, mas tudo com muita urbanicidade e realismo. Nesse disco, Marina (ainda sem o Lima) regravou Os Paralamas do Sucesso, cantando os amores impossíveis em “Dois elefantes”: seu rosto em meu rosto rindo; dois elefantes no fundo do mar.
Próxima parada é um disco mais conceitual. Marina vinha de dois grandes sucessos e fez um trabalho de transição no qual revê sua posição diante da mídia e do público. Nesse sentido, o LP reafirma sua relação com a música, dando mais uma guinada em sua carreira, refletida no apurado resultado do Próxima Parada onde se mesclam blues, rocks e as recriações de grandes clássicos, uma das marcas registradas da artista que, antenada com seu tempo e, junto com o mentor e parceiro Antonio Cícero, realizou um disco híbrido feito do presente e do futuro.
Não deixe de ler todos os posts da série 30 canções, 24 anos
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Dois elefantes - Marina Lima (Próxima Parada, 1989)
1 comentários:
Jock,
Tô adorando esses posts, no fim é um presente para mim, pois é delicioso poder reviver momentos da sua vida que eu antes não estava lá pra ver.
Te amo!
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