terça-feira, 20 de julho de 2010

Grupo gay obtém 'status consultivo' em órgão da ONU

Com informações da Agência Reuters



A ONU (Organização das Nações Unidas) concedeu nesta segunda-feira (19) "status consultivo" no seu Conselho Econômico e Social à Comissão Internacional dos Direitos Humanos de Gays e Lésbicas, apesar da resistência de Egito, China, Rússia e outros países. O grupo havia solicitado há três anos essa credencial, que lhe dá o direito de fazer lobby junto à entidade.


No mês passado, uma comissão da ONU que credencia ONGs rejeitou o pedido, por causa do voto em contrário de vários integrantes. Delegações ocidentais prometeram então se empenhar para reverter a decisão no plenário do Conselho Econômico e Social (Ecosoc).


EUA, Reino Unido e outros países ocidentais pediram a todos os 54 países do Conselho que votassem pela inclusão do grupo homossexual na reunião de segunda-feira. No final, foram 23 votos a favor (inclusive do Brasil), 13 contrários e 13 abstenções.


Egito, China e Rússia mantiveram sua oposição, junto com a Venezuela e diversos países islâmicos. Rosemary DiCarlo, embaixadora-adjunta dos EUA na ONU, elogiou o resultado. “O Ecosoc novamente passou uma clara mensagem ao comitê das ONGs e à comunidade internacional de que ele assegurará que vozes diversas da sociedade civil, inclusive aqueles que advogam pelos direitos LGBT, sejam ouvidas nas Nações Unidas - declarou, citando a sigla para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros”, disse.


O embaixador-adjunto do Reino Unido, Philip Parham, disse ao Ecosoc que a presença da Comissão Internacional dos Direitos Humanos de Gays e Lésbicas "agregará uma voz importante para as nossas discussões na ONU."


Cary Alan Johnson, diretor da entidade homossexual, disse em nota que a decisão foi "uma afirmação de que as vozes das pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros têm um lugar nas Nações Unidas como parte de uma comunidade vital da sociedade civil. "A mensagem clara aqui é de que essas vozes não devem ser silenciadas, e de que os direitos humanos não podem ser negados com base na orientação sexual ou na identidade de gênero”, finalizou.

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