Acompanho com muita freqüência o Blog da Marina Lima, além de ser um grande fã do seu trabalho. Em diversos momentos, suas músicas – composições suas ou não – foram a trilha sonora da minha vida, mas sobre isso dedicarei um post exclusivo. Hoje quero falar sobre o tema da última postagem de Marina em seu blog: MEDO.
Sensações por minuto…Eu queria tanto conseguir ser pega…
Ouvir, aceitar, acreditar novamente…
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Está me faltando água nesse coração. Ele está com medo — conheço essa sensação —- e o medo enfraquece.
daqui a pouco passa…?
(Marina Lima em seu blog)
Eu tenho medo. Sinto essa sensação todos os dias. Acho que o primeiro passo para vencê-lo é admiti-lo e isso eu faço diariamente, mas e quando, embora admitamos nosso medo em relação a algo, não conseguimos vencê-lo? Que fazer então? Sinceramente, ainda não descobri a resposta para essa pergunta bem como ainda não sei a resposta para outras tantas que me faço todos os dias. Imaturidade? Insegurança? Covardia? Não! Medo!
Quando criança eu tinha um medo quase doentio do escuro. Não conseguia dormir no quarto se a luz estivesse apagada. Esse medo seguiu comigo até a adolescência. Hoje consigo dormir com as luzes apagadas, mas confesso que ainda há certos dias em as mantenho acessas para poder dormir. Outro medo que possuía era de cachorros. Ainda hoje prefiro os gatos.
Hoje tenho outros medos. Medos maiores e que me apavoram de tal maneira que às vezes me fazem ter verdadeiras crises de pânico. No fim do ano passado sofri um assalto e fui agredido fisicamente pelo marginal, desde então fiquei com medo de ficar só em paradas de ônibus. Entro em pânico quando vejo alguém suspeito ou em atitude suspeita.
Hoje tenho medo da solidão. É tão patológico que sempre que me imagino daqui há 10 anos, por exemplo, me vejo só e isso me transtorna. Tenho medo de me expor, de mostrar às pessoas como eu sou realmente e faço tipo para disfarçar minha personalidade. Tenho medo de ser uma pessoa comum, mais uma na multidão. Tenho também medo da morte. Várias vezes já me vi sofrendo acidentes terríveis. Tenho medos irracionais e infundados. E o medo é algo que nos paralisa, enfraquece.
Às vezes sinto que estou na vida apenas. Respiro, mas é como se não respirasse. Sinto tudo tão bagunçado e há tempos venho tentando arrumar, mas não consigo. Parece que sinto um medo enorme de recomeçar. Então me isolo. Criei esse mecanismo de auto-proteção (?) no fim da minha adolescência. Prefiro me afastar de tudo e todos quando sinto medo do que quer que seja.
Construí muros intransponíveis e essa minha proteção demasiada me incomoda. E esses muros são tão intransponíveis que eu mesmo na consigo transpô-los. Então me perco em mim mesmo. E fica assim tudo pela metade. Eu admiro os outros, eu escravizo quem eu gosto. Eu não entendo. Eu trago o lixo para dentro. Eu afasto algumas pessoas, mas me iludo acreditando que na verdade as movo com minha atitude(?).
Ontem, no início da madrugada, sozinho na sala, vadiando na internet e ouvindo alguma canção que não lembro mais ao certo, eu senti medo, então decidi ir dormir. Não ver, não enfrentar o medo é uma forma de se isolar e essa é sempre a minha tática: ausentar-me. No fim ainda não venci meus medos. Mesmo os da infância. Eu desaprendi a acreditar em algum momento em que o medo me tomou vorazmente.
Desculpe, mas eu ainda não reaprendi a acreditar.
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