sábado, 31 de julho de 2010

Alemanha recebe a 8ª edição dos Jogos Gays

Colônia, na Alemanha, será, deste sábado (31.07) até o próximo sábado (07.08), sede de uma das competições mais democráticas de todo o planeta.


Com o intuito de unir os povos e diminuir o preconceito contra homossexuais, os Jogos Gays – competição amadora – chegam à sua oitava edição com um recorde de participantes. Serão 9.475 atletas, de 65 países, inclusive o Brasil, competindo em 35 esportes, que vão do futebol à sinuca.



Porém, diferentemente do que o nome indica, não são apenas gays, lésbicas ou transexuais que podem competir. Apesar de representarem mais de 80% dos inscritos, ainda há espaço para heterossexuais. E a diversidade desejada pela Federação de Jogos Gays não para por aí. Não há limitação de idade nem restrição à participação de pessoas portadoras do vírus HIV.


A única medida rígida tomada pelos organizadores tem um objetivo: coibir a utilização de substâncias dopantes. Por isso, durante a competição, serão realizados testes surpresas, em conjunto com a Agência Mundial Antidoping (Wada). Será a primeira vez em oito edições que isso acontecerá.


“Nosso objetivo é mostrar aos participantes que todos podem ir bem apenas com suas habilidades. Isso ajuda a transmitir a mensagem do gay saudável, um praticante normal do esporte”, explica Emy Ritt, co-presidente da Federação Gay.


A preocupação com a tolerância ao próximo e o respeito são tão grandes que durante os oito dias de competição ocorrerão diversas campanhas em Colônia. Elas serão voltadas à educação sexual, saúde pública e direitos humanos. Tudo isso com apoio do governo local.


“Em muitos países é difícil para o gay ter uma vida normal, livre de preconceitos. Por isso, a educação é importante”, explica Ritt.


Além, claro, das atividades esportivas, os Jogos Gays contam com shows musicais, espetáculos de dança e outras apresentações artísticas.

A missão dos que participam do evento é manter vivo o lema adotado em 1982 pelo criador dos Jogos, o homossexual e ex-atleta olímpico americano Tom Wadell: “Participação, inclusão e realização pessoal”.

Brasil - A delegação brasileira em Colônia contará com 21 atletas, em quatro diferentes esportes: atletismo, badminton, natação e vôlei. Todos tiveram os gastos das passagens financiados pelo Ministério do Esporte, mas terão de usar recursos do próprio bolso para arcar com hospedagem e alimentação.


Segundo Érico Santos, presidente do Comitê Desportivo GLS Brasileiro, o preconceito contra os homossexuais é o que mais dificulta na hora de conseguir patrocínios.


“Queremos mudar a imagem que há no país de que os gays vivem só de festa e fazer com que sejam vistos como praticantes normais de esportes. Em dois anos desde a fundação do Comitê tivemos pouquíssimos ganhos”, disse Érico Santos, que será o representante do país no atletismo.

Atualmente, o comitê conta com 800 atletas cadastrados e o objetivo é expandir este número até os próximos Jogos Gays, em 2014.


Rio - Sede da Olimpíada de 2016, o Rio de Janeiro já é uma cidade pré-candidata a receber os Jogos Gays em 2018. A oficialização da candidatura, no entanto, poderá ser realizada apenas no início de 2013, quando a Federação de Jogos Gays abrirá as inscrições.


Por enquanto, o Comitê Desportivo GLS Brasileiro trabalha nos bastidores em busca de apoios. O Ministério do Esporte já se manifestou informalmente como um dos incentivadores. Segundo Emy Ritt, as cidades de Londres (Inglaterra), Cidade do Cabo (África do Sul) e Las Vegas (EUA) também demonstraram interesse em receber o torneio.


O fato de dois anos antes sediar os Jogos Olímpicos pode ser um ponto a favor do Rio. Em 2002, Sydney (Austrália) recebeu a competição, apenas dois anos após ser sede da Olimpíada. Atualmente, o Rio conta com a segunda maior Parada Gay do país – cerca de 1 milhão de pessoas por ano.


Com informações do UOL Notícias

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