sábado, 17 de julho de 2010

Quem é esse rapaz?

Quem é esse rapaz que quando chega brilha a estrela e me faz sua platéia?
Mas se me olha fico tonta, cega; atriz amadora numa estréia.
Eu o vejo bonito e silencioso.
Dentro do peito acho que é fogo bravo.
Quero pegar, mas sei que ainda não ouso fazê-lo meio rei e meio escravo.
Os meus pensamentos vão para ele, ponto de fuga do meu horizonte.
E se o presente vive em sua pele, o futuro deixo que ele me aponte.
São tantas as respostas que não sei, mas me perguntar já é tão gostoso.
Ele tem algo perto, longe gay e vou prová-lo quente e carinhoso.
(Marina Lima)

Desejo, saudade, vontade, busca constante pelo rapaz, pelo abraço não recebido, pelo beijo que não senti, pelos carinhos não dados. Seu toque, o cheiro da sua pele, busco, o mais louco desejo de tê-lo e percorrer todo o seu corpo.



Eu o ouço muito além do cuidadoso silêncio das suas palavras medidas, não ditas, queridas. Eu o vejo muito além da aceitação das (minhas) atitudes contidas. Eu o sinto muito além da amargura das infinitas partidas. Eu o tenho muito além da frustração das oportunidades perdidas.


Eu vivo por esse rapaz muito além do medo de algumas vontades escondidas e o quero muito além das emoções das desventuras não divididas e da certeza dos rumos dessa vida. Eu o espero e nada.

Ah, se ele viesse ver-me à tardinha quando a noite, de manso, se avizinha e me prendesse todo em seus braços. Se ele viesse quando lindo e louco e traçasse as linhas dulcíssimas dum beijo de seda vermelha e me cantasse e me sorrisse.


Então, quem sabe, eu dormisse e não me surpreenderia na cama, alta madrugada, celular em mãos, seu número localizado na agenda e a insana vontade de ligar e dizer sabe Deus o quê. Dizer talvez o já dito e ouvir o já ouvido e desesperançado mais uma vez não dormisse.


Quem é esse rapaz? Por que esse rapaz? Onde está esse rapaz?

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