terça-feira, 4 de maio de 2010

STF vai analisar caso de sargento gay do Exército brasileiro

O preconceito numa corporação militar é fruto de uma falta de preparo para encarar as diferenças. Só há uma preocupação para lidar com o meio externo, e o interno é deixado de lado. Um despreparo e falta de respeito.

Em 2008, o Brasil acompanhou a história dos sargentos do
Exército brasileiro Laci Araújo e Fernando Alcântara, que foram os primeiros a assumir a homossexualidade nas Forças Armadas, e foram vítimas de preconceito, sendo que um deles chegou a ser preso. Agora o Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar ação que tenta anular a condenação do sargento do Exército Laci Marinho de Araújo pela justiça militar. Ao lado, foto dos oficiais Fernando Alcântara (e) e Laci Araújo (d).


Laci Araújo chegou foi preso depois de dar uma entrevista ao lado do companheiro, o ex-sargento Fernando Alcântara, ao programa Superpop, apresentado por Luciana Gimenez, no canal de televisão Rede TV!. Acusado de deserção, Laci Araújo foi condenado pelo Superior Tribunal Militar (STM) a seis meses de prisão em setembro de 2008. Hoje, responde em liberdade à acusação.


O companheiro do militar, Fernando Alcântara que deixou o Exército após a repercussão do caso, alega que não houve deserção. Sustenta que Laci Araújo tem graves problemas neurológicos que o impediram de se apresentar. "Existia um laudo médico que dizia que ele não tinha condições de andar, que estava debilitado, de cama", disse ele ao site da revista Veja.


O Exército não reconhece a validade dos atestados por não terem sido assinados por médicos militares. A defesa já tentou contestar a condenação na justiça militar, mas não obteve êxito. Agora, o imbróglio chegou à mais alta corte de justiça do país. O recurso deu entrada no Supremo em 23 de abril e será analisado pela ministra Ellen Gracie.


O efeito de uma decisão favorável no STF seria muito mais pedagógico do que prático, mas a tendência é que o recurso vá para a gaveta. "O meu caso e do Laci não é isolado. Há 700.000 homens nas Forças Armadas, 70% no Exército. É improvável e impossível que só haja dois homossexuais no Exército", ironiza Alcântara.

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