- Filho?
- Que é pai?
- Eu sou gay!
- Oi!?
Em geral acontece o contrário, mas e quando o pai é que sai do armário? Nesse dia dos pais conheça histórias de filhos que descobriram que seus pais eram gays. Leia matéria publicada pela Folhateen na edição do dia 02.08.
As famílias homoafetivas ainda não figuram nas estatísticas do Brasil (os primeiros dados começaram a ser levantados com o Censo 2010), mas elas existem e levantam uma questão para os adolescentes de hoje: como você reagiria se seu pai dissesse que é gay? Na semana do Dia dos Pais, o Folhateen conversou com jovens criados por pais que "saíram do armário".
Há quatro anos, Aléxia Gaspari, 16, estava no carro com seu pai, Alexandre, quando ele começou: "Olha, aquele amigo do papai não é só um amigo, entende? Ele vai morar lá em casa."
"Na hora, levei numa boa. Mas, quando vi os dois se beijando, fiquei muito mal e tive uma crise de choro. Na teoria, é fácil aceitar. Na prática, é diferente." Com o tempo, a situação melhorou. "Hoje, somos uma família normal", diz.
Flávia, 17, por exemplo, "costumava xingar homossexuais na rua". Quando o pai e, depois, a mãe assumiram que eram gays, a garota entrou em parafuso. "Fiquei transtornada. Não conseguia acreditar. Tudo virou de pernas para o ar", lembra. Flávia começou a culpar a mãe pelos porres que tomava. Tentou fugir de casa. E tinha vergonha de apresentar os amigos aos pais.
Ela se refugiou nas letras e começou a escrever contos. "Amo meus pais e, quando vi que não tinha mais volta, passei a aceitá-los. Eu me coloquei no lugar deles e entendi o quanto deve ser difícil se assumir", explica.
O desafio desses jovens é aplacar, de uma vez, o ciúme e o próprio preconceito. "O jovem pode achar que "ser gay" é uma forma de traição, e isso gera angústia", explica Ana Cláudia Bortolozzi Maia, professora de psicologia da Universidade Estadual Paulista e autora do livro Adoção por Homossexuais. "Eles têm de entender que o pai não deixou de amá-los, só está tentando ser feliz", diz.
"Não deve ser fácil contar que é gay para o filho", diz Natália, 15, cujo pai vive com outro homem há quatro anos. "Eu pensava: por que não me contou antes? Acho que foi para me poupar."
Existe hora certa para contar? Para Bortolozzi, em geral "a criança assimila melhor esse tipo de situação do que um jovem".
E é uma boa falar sobre isso com os amigos? Matheus Mattos, 15, só contou que a mãe, Viviane, é gay para o melhor amigo. "O grupo social é importante para o jovem, mas pode ajudá-lo tanto a aceitar quanto a discriminar", diz a psicóloga.
Certa vez, um garoto xingou o pai de Aléxia na escola. Desconcertada, ela pediu conselhos ao pai, que a ajudou a lidar com a situação. "Mas isso nunca mais aconteceu. Todas as minhas amigas adoram meu pai", conta.
No mês passado, a Argentina aprovou uma lei que permite o casamento entre homossexuais e a adoção de crianças por eles. O Brasil está atrás dos "hermanos" na questão dos direitos dessa minoria. Nem casamento nem adoção são regulamentados por aqui. O jeito encontrado por eles foi o improviso: há 15 anos, Jorge, 15, foi adotado por dois homens, mas foi registrado no nome de apenas um deles.
Na Câmara, o deputado Zequinha Marinho (PSC-PA) propôs uma alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente para proibir que casais gays adotem crianças. Sua justificativa: isso "exporá a criança a sérios constrangimentos", como não conseguir explicar aos colegas por que tem dois pais ou duas mães.
Jorge diz que nunca se importou com a orientação sexual dos pais. "Se eles se sentem felizes, por que vou me incomodar?", questiona.
Segundo Bortolozzi, ao contrário dos mitos que rondam as famílias de pais homossexuais, "a única diferença é que os jovens criados por eles tendem a ser menos preconceituosos e mais tolerantes com as diferenças".
Flávia faz o resumo da sua própria ópera: "Apesar dos maus bocados por que passamos, meu pai nunca deixou de ser meu melhor amigo. O que menos importa é se ele é gay ou se é hétero".
5 comentários:
Esse blog é de utilidade publica, adoro ler os temas e as noticias vinculadas aqui!
Ricardo, que bom que tu o vês assim. Espero continuar correspondendo às tuas expectativas. A idéia do blog, de início não era essa, mas a cada novo post fico mais atrelado à "causa gay".
sou guei e pesso a DEUS todos dias para mim liberta , ja estou com 30 anos nunca namorei ,porque implataram em mim preconceito com essa situaçao acho que se eu mim envouver com outro homem Deus irá mim condena ao inferno pesso todos os dias que Deus mim perdoe por ser guei.encanto isso vivo a sofrer na solidão.
esperei confiantemente pelo senhor:e ele inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro; salmos 40.
confesso a minha iniquidade, suporto tristeza por causa do meu pecado.não me desampare senhor,DEUS meu,não te ausentes de mim .apressa-te em socorrer-me,senhor,salvação minha. salmos 38:21,22
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