terça-feira, 24 de agosto de 2010

Lembranças da minha infância

Hoje é dia da infância e inspirando no Curiosidades de Ana e Echollândia, resolvi escrever algumas linhas sobre a minha.

Eu sou filho de pais adolescentes e antes mesmo de eu completar um ano, cada um foi para um canto e eu fiquei morando com minha avó paterna que foi quem me criou e a quem chamo de mãe – aproveitando para esclarecer, em todos os posts em que cito minha mãe, na verdade, me refiro a minha avó que foi quem me criou e com quem moro ainda hoje.



Então, sempre moramos apenas eu e minha avó. Quando eu já era adolescente, minha mãe e minha meia-irmã passaram a morar conosco, mas recentemente se mudaram para outro lugar. Minha avó-mãe sempre foi super-protetora e não me deixava brincar na rua com e como os outros meninos. Tanto que não falo com qualquer pessoa da vizinhança.


Eu fui uma criança com vários problemas de saúde, alguns persistem até hoje, embora eu tenha melhorado bastante. Passei a maior parte das minhas noites pueris tendo crises respiratórias – quando criança eu tinha muitos problemas respiratórios – e deles resultou minha rinite.


Aos 7 anos eu fui atropelado e disso resultou minha escoliose. Na época precisei fazer uma cirurgia para reconstituir o lóbulo auricular (a orelha. rs) por que ele foi quase totalmente estraçalhado com o impacto. Desse atropelamento, ainda na infância e até o começo da adolescência, sofri com perdas de memória em razão de um coágulo que se formou em minha cabeça, mas que segundo a minha neuropediatra, se desfaria ao longo do meu crescimento. Bem, desde que fiz meu tratamento para recuperar minha memória, nunca mais senti nada.


Eu tinha muitos pesadelos durante a minha infância. Não conseguia dormir só e nem com as luzes apagadas, tinha pavor do escuro. Ele ainda me incomoda hoje, mas sem problemas. Meu pavor do escuro era tamanho que chegava a imaginar coisas, pessoas, criaturas no meu quarto me observando. Em geral, eram cachorros. Outro dos meus traumas de criança. Até hoje não gosto deles.


Mas da minha infância a lembrança mais marcante são os natais e as lembranças não são boas. Sempre éramos apenas eu e ela que estava sempre triste por seus filhos não estarem na nossa casa para compartilharem a ceia. Minha avó-mãe é muito ligada em família. Por isso desenvolvi uma “fobia familiar”. Detesto reuniões de família. Sou sempre distante de todos eles. Não ligo para datas de aniversário, dia dos pais, das mães e outras datas afins.


Fiquei pensando em uma boa lembrança para compartilhar, mas, sinceramente, não me lembro de nenhum momento incrivelmente feliz que tenha vivido. Afora tudo isso, eu sempre fui o primeiro aluno da turma, extremamente tímido e passava minhas horas livres brincando na sala de casa com os inúmeros brinquedos de controle remoto que possuía.


Esse post quebra uma série dos “Pessoalidades” que falam de coisas boas e alegres, mas acho que olhando o passado sem véus conseguimos planejar melhor o futuro e é o que estou fazendo.

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